Cultura popular gauchesca em cena

Em novo espetáculo, que estreia neste domingo, Grupo Ritornelo de Teatro busca contribuir para o fortalecimento da identidade cultural regional

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O pavilhão da Rua Aníbal Bilhar, que já deixou de ser um simples pavilhão e agora é lar aconchegante onde arte e cultura são celebradas, se enche ainda mais de cores na tarde deste domingo (25). Entre as paredes de tijolos cobertas por quadros e pôsteres do Rito Espaço Coletivo, música, elementos acrobáticos e técnicas de palhaçaria se unem na estreia de um espetáculo teatral único. “Rosa dos Rumos”, do Grupo Ritornelo de Teatro, é uma deliciosa farsa que trata da cultura e identidade do gaúcho tendo como ponto de partida os textos de João Simões Lopes Neto.

Para o espetáculo de rua, o grupo pesquisou a obra do autor escolhido e decidiu adaptar três contos: “Trezentas onças”, em que Blau Nunes narra o momento em que perde o dinheiro do patrão e fala da sua relação com o Rio Grande, o trabalho e a vida; “O Boi Velho”, que conta a história de dois bois carreteiros, Dourado e Cabíuna, que sempre trabalharam juntos e tentam reivindicar mais direitos; e “Jogo do Osso”, que narra uma disputa entre Osoro e Chico Ruivo durante uma partida do jogo do osso e as consequências de se apostar tudo. Dentro destes contextos, os personagens são inseridos da cultura popular gauchesca, trazendo à cena diversos tipos e situações peculiares ao povo riograndense. Um dos atores e idealizadores da peça, Miraldi Junior, conta que os temas escolhidos tratam-se de assuntos que o grupo achou relevante falar no atual momento da sociedade.

O espetáculo visa contribuir para o fortalecimento da identidade cultural regional e brasileira e trabalha, assim como em todas as peças do grupo, com a ideia de oferecer à comunidade espetáculos instigantes e acessíveis a todo e qualquer espectador, independente da experiência cultural que cada um carrega. A intenção é de um teatro popular, mas que não deixe de agregar cuidado estético e a fomentação do pensamento crítico dos espectadores.

Este é o primeiro espetáculo em que o grupo se utilizou de financiamento coletivo para ajudar com os custos da montagem. “Nós conseguimos atingir quase 20% da meta com doações de pessoas físicas, o que era alto dentro de um projeto ideal, e junto com outros apoiadores conseguimos em torno de 38% do valor, o que viabilizou a montagem do espetáculo. Claro que sem cachês de ensaio, por isso ensaiamos mais no turno da noite para viabilizar e dar continuidade em outros projetos”, Miraldi explica. Embora as apresentações do grupo sejam gratuitas, um chapéu é sempre passado entre o público que deseja contribuir espontaneamente. Essa contribuição ajuda o grupo a manter o espetáculo, que deve rodar por vários bairros da cidade, como foi feito anteriormente com o espetáculo Faixa de Graça. “Ainda não definimos uma agenda, mas é certo que no mês de julho o espetáculo será apresentado em alguma praça ou parque da cidade”.

Reencontros

A montagem promove alguns reencontros no elenco: após anos trabalhando juntos no Grupo Viramundos, Carlinhos Tabajara, Miraldi Junior e Guto Pasini voltam a trabalhar em um espetáculo de rua. O espetáculo traz também a atriz passofundense Jandara Rebelatto, que está de volta à sua terra natal, depois de anos atuando no grupo “As Maricotas”, de Florianópolis. Além disso, o músico e compositor Ricardo Pacheco vai participar da peça, atuando em um espetáculo teatral pela primeira vez. A peça também conta com os figurinos de Betinha Mânica e a dramaturgia de Miraldi Junior.

Onde: Rito Espeço Coletivo (Rua Aníbal Bilhar, 900A)

Quando: 25 de junho, às 16h

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