Escolas da Liga Independente se preparam para desfile

Após dois anos sem ser realizado, a festa vai ganhar uma nova edição em 2018

Por
· 2 min de leitura
Academia de Samba Cohab I já inicou a montagem dos materiaisAcademia de Samba Cohab I já inicou a montagem dos materiais
Academia de Samba Cohab I já inicou a montagem dos materiais
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

Uma das grandes paixões do povo brasileiro estará de volta a Passo Fundo neste ano. Será um carnaval fora de época a ser realizado nos dias 9 e 10 de março. Ao contrário do que geralmente acontece, quando o carnaval ocorre no mês de fevereiro, esta edição será realizada fora de época e contará com seis participantes: Bom Sucesso (Vila Operária), Acadêmicos do Chalaça (Centro), Academia de Samba (Cohab I), União da Vila (Vila Luiza), Bambas da Orgia (Vila Annes) e Pandeiro de Prata (Centro).


Algumas das escolas, como a Academia de Samba Cohab I, já começaram seus ensaios. As escolas estão autorizadas a ensaiar durante duas horas por dia - das 20h até às 22h ou das 21h às 23h. A tradicional festa brasileira não foi realizada nos últimos dois anos – a última edição aconteceu em 2015. Em 2016, o carnaval estava programado na cidade, mas acabou cancelado. “O que passaram para nós foi que cancelaram devido a crise. Mas a gente sabe que existe um preconceito com o carnaval por ser um movimento de origem negra”, relatou o carnavalesco e figurinista Ramon Gadenz da Silva, integrante da Escola de Samba Bambas da Orgia. Com o cancelamento feito em meados de janeiro, o material que seria utilizado em 2016, também será aproveitado neste ano. O desfile será realizado na Avenida 7 de setembro, próximo ao Bourbon.

 

Segundo informações do presidente da Liga Independente das Escolas de Samba de Passo Fundo (LIESPF), Volmar Santos, a Prefeitura de Passo Fundo não forneceu nenhum apoio ao evento. Com isso, a Liga busca auxílio com empresas e através da Lei Rouanet, que é o principal mecanismo de fomento à cultura no Brasil. “É um evento que o povo gosta muito. Não entendemos como outros eventos recebem apoio da prefeitura e o carnaval não”, argumentou o presidente da liga.

 

União das escolas

Para superar a falta de apoio financeiro, a união entre as escolas acabou sendo o fator diferencial. Elas deixaram a rivalidade de lado para pensar no bem maior: a volta do Carnaval de Rua em Passo Fundo. “Combinamos que seríamos rivais apenas durante os 50 minutos do desfile”, explicou Ramon, da escola Bambas da Orgia. Além da união com as escolas de Passo Fundo, a Bambas da Orgia também está encaminhando uma parceria com a Mocidade Independente de Padre Miguel, do Rio de Janeiro – a escola também conta com o apoio de Uruguaiana e Porto Alegre, outras duas cidades em que é representada no carnaval. “Nossa preparação vem acontecendo desde meados do ano passado. Na verdade desde 2015, quando o carnaval foi realizado pela última vez. Vamos começar os ensaios com bateria na sexta-feira. No sábado temos a escolha da rainha”, complementou Ramon sobre a preparação da escola.

 

Bem ou mal do ser humano

As bondades e as maldades serão um dos temas apresentados no carnaval de rua da cidade. A Academia de Samba Cohab I será a responsável pela abordagem. “O abre alas será sobre o desmatamento, mostrando também sobre o clima. Em seguida entra o lado bom do ser humano, representado por crianças e anjos. Vamos alternando entre o bem e o mal. No final terminamos com um carro só do bem”, explicou a carnavalesca da escola, Elaine Ribeiro. Os ensaios da escola acontecem de terça a sexta-feira, das 21h até às 23h.

 

Confecção dos materiais

Quando se aproxima o carnaval, o desfile se torna o único assunto possível para os integrantes das escolas. Nesta época, a casa de Elaine Ribeiro se torna uma verdadeira fábrica para produção dos materiais. A carnavalesca da Academia de Samba Cohab 1 é responsável por organizar a produção dos materiais que serão utilizados no desfile. “Deixamos de fazer alguma coisa em casa para vir ajudar aqui. Ajudamos a escola desde quando foi criada. Isso já fazem uns 8 ou 9 anos”, acrescentou Albina da Rocha, que colabora na montagem dos utensílios.

Gostou? Compartilhe