Gabriel Selvage e Rafael Schimitd lançam "Alma de interior''

Violonistas fazem show hoje à noite, no Teatro Múcio de Castro

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Gabriel e Rafael gravaram Alma de Fronteira em um sítio, no interior paulista Crédito: Gabriel e Rafael gravaram Alma de Fronteira em um sítio, no interior paulista Crédito:
Gabriel e Rafael gravaram Alma de Fronteira em um sítio, no interior paulista Crédito:
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Do encontro entre dois violonistas nascidos em estados diferentes, mas crescidos em ambientes semelhantes, surgiu Alma de Interior, primeiro disco autoral do gaúcho Gabriel Selvage, em parceria com o paulista, Rafael Schimitd. O resultado do trabalho pode ser conferido no show de lançamento do CD, nesta quinta-feira, às 20h, no Teatro Múcio de Castro. O valor do ingresso é R$ 20.


Natural de Não Me Toque, mas radicado no Rio de Janeiro desde 2016, Gabriel faz parte de uma nova geração de violonistas pertencentes à 'escola' do argentino Lúcio Yanel. Tanto que, no ano passado, em homenagem ao mestre, ele lançou o projeto Flor Y Truco, incluindo um DVD e um songbook com as composições de Yanel. O trabalho foi indicado ao Prêmio Açorianos de Música. A premiação aconteceu terça-feira à noite, no Teatro Renascença, em Porto Alegre. Gabriel foi o vencedor na categoria instrumental, como melhor intérprete, pelos trabalhos Flor Y Truco e também Balaio de Sons.


Já Rafael, seu parceiro no novo trabalho, nasceu em Santo André, mas desde muito cedo, mudou-se para Bragança Paulista. 'Moro na roça mesmo, em um sítio, no meio do mato', como gosta de enfatizar. Aos 28 anos, ele já tem oito discos gravados, sendo sete deles autorais. No último, o músico faz uma releitura da obra do compositor e flautista Altamiro Carrilho, falecido em agosto de 2012.


Os dois músicos se conheceram em 2013, através de um amigo em comum, durante um show. "O Rafael conhece muito a música gaúcha. Perguntou se eu tocava chamamé. Fomos para o camarim e tocamos por quase duas horas lá. Eu também já conhecia a música caipiria paulista de raiz, as modas de viola. Ouvi muito quando criança. Além de sermos criados em contato com a natureza, no interior, um já transitava pelo universo musical do outro, isso facilitou muito nosso entrosamento" conta Gabriel.


Admirador da obra de Luiz Carlos Borges, Rafael diz que a música gaúcha é muito parecida com a caipira. "Há muitos elementos semelhantes. Várias duplas de lá gravam chamamés, mas com outras leituras. Quando ouvi, fiquei louco com o ritmo, mas eu era uma criança, tinha pouca informação naquela época", comenta. 

 

Gravação
Alma de Interior reúne nove músicas, algumas delas compostas em parceria entre os dois. A gravação aconteceu em um sítio, no interior paulista. Numa espécie de retiro musical, Rafael e Gabriel se isoloram, em duas etapas de cinco dias cada, e se encarregaram de todo o processo. "Terminamos de compor parte delas e fizemos todos os arranjos lá mesmo. Levamos o equipamento necessário e gravamos", conta o músico gaúcho.


Acostumado ao violão de seis cordas, Rafael preferiu utilizar um de sete durante as gravações, segundo ele, para preencher mais a sonoridade. Das nove músicas gravadas, o samba está presente em três delas: Correndo atrás, Comendo coco e Saudades de Lucia. Segundo os músicos, Alma de Interior, primeira parceria da dupla e que dá nome ao trabalho, é um baião com milonga. Há ainda outros ritmos no repertório como o chamamé, toada e canção. O trabalho foi produzido de maneira independente pelos dois músicos. A distribuição fica por conta da produtora Minuano Discos. O endereço da loja virtual é minuanodiscos.com.br. CD será vendido no show desta noite, pelo valor de R$ 20.

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