Durante um ano e seis meses, artistas visuais passo-fundenses encontraram na Galeria Estação da Arte, instalada na antiga estação férrea da Gare, um lar onde compartilhar seu trabalho, por intermédio da Confraria das Artes. Agora, o espaço de exposições deixa o local de maneira temporária e passa a funcionar na Sala de Exposições Desdêmona Machado Aires, no Teatro Municipal Múcio de Castro. A mudança se deve ao começo das reformas no espaço em que antes funcionava a galeria, em frente ao Parque da Gare, onde um complexo gastronômico será implantado, ainda sem previsão para inauguração.
A representante do Setorial de Artes Visuais do município, Lindiara Paz, que coordena a Confraria, explica que o setorial era responsável pela coordenação da antiga estação até que esta fosse licitada, conforme informava o documento assinado ainda em junho de 2016. A vez agora é de ceder espaço para que a empresa que venceu a licitação realizada pelo município no ano passado possa começar a revitalização do prédio público, um investimento de cerca de R$ 280 mil, conforme exigido no edital. Com utilização de concessão onerosa de uso do imóvel pelo período de 10 anos, a Fazenda Vento Norte, de Blumenau, será a responsável pela limpeza, manutenção, conservação e vigilância do espaço. O contrato exige também que a empresa valorize o resgate histórico do local e o utilize para fins gastronômicos e culturais.
Apesar de grande parte do complexo ter sido cedida para a implantação do complexo gastronômico, um espaço de 120m² será conservado para a galeria, que volta a funcionar na antiga estação assim que a reforma for concluída. Este espaço, em específico, continuará sendo administrado pela Secretaria de Cultura e o Setorial de Artes Visuais. “Voltaremos a ter exposições permanentes lá e uma agenda que se abre para outras exposições. Então continuaremos ajudando, participando e mantendo o espaço, mas, por ser menor, ele não vai ser capaz de contemplar todas as atividades que fazíamos antes. Teremos que fazer isso em número menor, que caiba naquilo que o espaço proporciona”, esclarece Lindiara.
Segundo a coordenadora, no tempo em que administraram todo o espaço da antiga estação, muitas atividades foram desenvolvidas. “A gente aproveitou bem o espaço enquanto pôde, para mostrar para a região a cultura de outra forma. Foi muita coisa, muitas atividades, abertura de exposições, cinema, teatro, encontros de literatura, visitação de escolas e de entidades”, comenta. Apesar da redução do espaço, os membros da Confraria se declaram gratos pelo tempo que estiveram lá e por continuar tendo um espaço que abrigue uma das reivindicações presentes no Plano Municipal de Cultura: a Galeria de Arte para artistas locais.
Neste um ano e meio de atividade, Lindiara estima que mais de oito mil pessoas tenham visitado o local. De acordo com ela, a participação foi de todos os públicos, não somente dos amantes da arte ou de estudantes. Uma oportunidade de apresentar, aos poucos, um pouco de arte mesmo àqueles que não têm o costume de apreciá-la. “As pessoas acabaram se envolvendo junto com a gente. Até quando tinha Feira do Produtor, as pessoas eram levadas pela curiosidade a entrar e ver o prédio por dentro, então elas acabavam tendo contato com o espaço. Visitantes e pessoas que vinham de fora vinham conhecer a galeria também”.
Espaço temporário
Na Sala de Exposições Desdêmona Machado Aires, no Teatro Municipal, a Confraria mantém agora uma exposição permanente, além de um espaço para a agenda aberta a outros artistas. A programação é similar a que já acontecia na Galeria Estação da Arte, mas adaptada para o novo local. A visitação é aberta ao público.