Coletivos movimentam a cena cultural da cidade

Insatisfeitos com a lacuna gerada pela falta de políticas públicas de incentivo à cultura, grupos independentes tomaram a iniciativa da produção. Na edição deste fim de semana, ON abre uma série de duas reportagens apresentando os personagens e espaços responsáveis pela cena cultural da cidade

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"Quando tivemos a ideia de criar esse espaço, existia uma lacuna muito grande na cidade referente à cultura”, comentava uma das fundadoras da Casa de Cultura Vaca Profana, Mariah Teixeira, em uma terça-feira à noite, enquanto colava lambe-lambes nos fundos do espaço, buscando dar vida às paredes claras da edificação. A preparação do ambiente antecedia a abertura das portas da Vaca para recepcionar mais um dos muitos eventos promovidos pelo grupo que mantém a casa funcionando, de maneira independente, há cerca de quatro anos. Poucos minutos antes, naquela mesma noite, Mariah organizava também alguns móveis em uma antiga garagem que aos poucos vem se transformando em um ateliê de artes visuais aberto à comunidade e que, como tudo na Vaca, está sendo construído pelas mãos dos próprios voluntários. É desse jeito faça-você-mesmo que, nos últimos anos, os coletivos culturais se tornaram os principais responsáveis por devolver vida à cena cultural de Passo Fundo.

 

Inconformados com a lacuna deixada pela falta de políticas públicas de incentivo à cultura, esses grupos, formados especialmente por jovens, têm tomado a frente e feito acontecer, ocupando uma função que, como muitos discutem, deveria ser do Estado. Assim, hoje, pelo menos sete coletivos culturais independentes atuam no município: a Casa de Cultura Vaca Profana, o Rito Espaço Coletivo, a Toca do Ratão, o Andorinhas Coletivo em Movimento, o Grupo da Foto, a Confraria das Artes e o Cinematógrafo Cineclube. Alguns com sede própria, outros ocupando espaços públicos até então esquecidos, são eles quem organizam a maior parte das atividades culturais que acontecem de forma recorrente dentro da cidade. De peças de teatro e exposições fotográficas a tardes de shows e noites de cinedebate, os voluntários fazem o possível para não deixar que os projetos caiam no hiato, mesmo que para isso eles precisem, por vezes, tirar dinheiro do próprio bolso.

 

Acima das dificuldades, o que fala mais alto é a vontade de oferecer à comunidade o acesso a manifestações artísticas e ceder aos artistas da região um espaço onde possam produzir e expor seus trabalhos. “Não temos apoio, nem mesmo na divulgação. Quando precisamos de algum material para uma apresentação, quem nos empresta são os próprios artistas ou então a comunidade. Não é fácil, mas escolhemos dar continuidade a essas atividades porque sabemos da necessidade de a cidade ter um espaço que contemple o trabalho autoral e que abrigue uma diversidade de artistas”, explica o músico e fotógrafo Guilherme Benck, membro dos coletivos Toca do Ratão, Grupo da Foto e Vaca Profana.

 

A atuação simultânea de Benck em diversos coletivos não é algo incomum. As figurinhas se repetem. Parece ser contagioso. Dentro dos próprios coletivos, ideias se encontram e novos projetos vão sendo criados. “É um movimento meio recente, é engraçado isso. Foi surgindo mais ou menos na mesma época que a Vaca foi criada [em 2015]. Sabe aquele momento em que as consciências coletivas se sintonizam e certas coisas vão pipocando? As pessoas pareceram despertar para a necessidade de termos espaços alternativos”, comenta o ator e membro-fundador do Rito, Guto Pasini. Para o colega de equipe, Miraldi Junior, essa tal consciência coletiva surge de um desejo permanente das pessoas de continuarem se alimentando de algo que, em determinando momento, acabou porque o Estado falhou em fazer sua parte. “Quando aconteceram as crises políticas e começou a faltar dinheiro, fomos perdendo nossos espaços. Ficou um limbo de alguns anos sem atividades culturais na cidade, entre 2008 e 2014, mais ou menos. Depois disso, a galera foi percebendo que a cidade estava muito parada e, quase sem se dar conta, começou a se organizar para fazer algo diferente e continuar se movimentando culturalmente, já que o governo não dá conta dessas necessidades humanas. Geralmente, a arte e a cultura ficam em último plano – isso se tiver um plano”.

 

 À crítica de Miraldi, une-se um conjunto de vozes que também sente falta de um amparo mais efetivo do Poder Público. Entre essas dezenas de pessoas que mantêm os coletivos vivos, a opinião é unânime: embora seja interessante haver um movimento comunitário e independente em prol da cultura, o ideal seria contar com o apoio do governo. Sozinhos, nem sempre é possível tirar as ideias do papel. Falta dinheiro para pagar o cachê dos artistas e o próprio aluguel dos espaços. Não raramente, casas culturais da região precisam fechar as portas por problemas do gênero. “Nós [do Rito] só estamos em pé porque pagamos pelo espaço com o nosso trabalho. É escambo. Senão, não teríamos dinheiro para pagar o aluguel. Claro que o Estado não precisa assumir absolutamente tudo, mas ele deveria participar, incentivar, divulgar, porque eu penso que é obrigação do Estado fomentar a cultura. Em Passo Fundo, o último edital que saiu foi há dois anos e em um valor pequeno para o tamanho da cidade. Os representantes nem conhecem a realidade da cultura, eles não frequentam nossos espaços, e embora ainda haja esse desvalor, a verdade é que a cultura é um dos elementos mais importantes para a firmação da identidade de um povo”, Guto dispara.

 

 

“A gente não educa as pessoas para entender e falar sobre cultura”

 

Não é somente a falta de incentivos financeiros do Poder Público que dificulta a manutenção dos espaços. Como grande parte dos voluntários de coletivos passo-fundenses comentam, o público que consome cultura é baixo. O Cinematógrafo Cineclube, por exemplo, por falta de pessoas engajadas em suas sessões de exibição e debate, neste mês, chegou a estudar a possibilidade de encerrar as atividades. A esperança de haver alguma mudança, no entanto, fez o grupo decidir dar continuidade, mesmo que com menos sessões mensais. “Não existe uma formação voltada para esse tipo de público. É raro ver cursos sobre audiovisual aqui na cidade, por exemplo. O que me parece é que a Prefeitura se preocupa muito em promover eventos, enquanto deveria se preocupar em fazer políticas públicas de incentivo à cultura, para que nós possamos promover nossos projetos”, comenta a idealizadora e produtora cultural, Rafaela Pavin.

 

Estudante de Artes Visuais, Mariah Teixeira nota o mesmo problema dentro da Vaca Profana. “A gente não educa as pessoas para entender e falar sobre cultura. A gente precisa criar esse espaço de formação – e é isso que a gente tem debatido com a criação do nosso ateliê. A ideia é que as pessoas fiquem ali usando o espaço para criar e desenvolverem arte, mesmo que de forma amadora no começo, e outras pessoas podem circular e acompanhar o trabalho. Assim, talvez, elas aprendam a consumir”, pontua. Na percepção dela, o ponto central da problemática é este e não uma possível falta de acesso aos espaços. “O debate sobre ter acesso ou não, no meu ponto de vista, já foi superado. As pessoas não precisam ter acesso aos espaços culturais, elas precisam compreender os códigos das linguagens artísticas para poder ir a um espaço cultural e entender ele, fazer parte, sentir vontade de produzir a partir disso”.

 

O que garante que os projetos continuem acontecendo, neste cenário pouco animador, é justamente o espírito de coletividade dessas mentes inquietas. A rede de contatos que se estabelece entre um evento e outro – os voluntários contam que, para dar força, tentam estar presentes no máximo de atividades culturais possível, independente de quem seja o coletivo idealizador em questão – é o que, também, serve de suporte. A Vaca Profana e o Rito Espaço Coletivo, por exemplo, por possuírem um espaço próprio, abrem as portas não somente para as atividades que eles mesmo produzem, mas para ações dos outros coletivos também. “A música, a arte, elas têm um trabalho muito importante na sociedade e deveriam ser incentivadas. Se houvesse investimento público, poderíamos fazer muito mais, mas enquanto não tem vamos fazendo por conta própria. Cada um ajuda com um pouco. É essa união que faz com que aconteça. Somos pouco perto do Estado, mas se não fizermos vai ficar pior ainda”, expõe o músico Leonardo Sacramento Barbosa, idealizador do projeto Ensaio Aberto da Toca do Ratão, voltado à cena musical autoral e que hoje acontece dentro do Rito Espaço Coletivo.

 

 

Casa de Cultura Vaca Profana

 

Fundada em 2015 por um grupo de amigos que sentia falta de um espaço acolhedor para a arte em toda sua diversidade, a Casa de Cultura Vaca Profana é um centro cultural sem fins lucrativos, que recebe e promove exposições, shows, debates, rodas de poesia, palestras, cinedebates... Nomeie uma manifestação de arte e cultura e, pode apostar, ela já deve ter rolado por lá – ou ainda vai rolar. Hoje, em média, três atrações culturais são promovidas dentro da Vaca por semana. Um número alto em comparação com a realidade observada em Passo Fundo cinco anos atrás. Quem organiza tudo isso e ainda comanda o complexo de duas casas, uma garagem e um pátio amplo, na Rua Paissandú, onde a casa está instalada, são sete voluntários: Mariah Teixeira, Erviton Quartieri, Muriê Kümmetz, Guilherme Benck, Bruno Almeida, Mariene Jornada e Fill Chapellet.

 

O número de pessoas efetivamente envolvidas com a Vaca é mais ou menos o mesmo de quando ela abriu as portas pela primeira vez, ainda em uma casa cor-de-rosa, de aspecto envelhecido, na Rua Morom. Juntando o apoio de amigos, o dinheiro dos próprios voluntários e uma proposta de aluguel de baixo-custo, a iniciativa foi tomando forma. “Nós começamos em oito pessoas e chegou até a ter 16, mas é uma coisa que vai se reformulado, justamente por ser um coletivo. Algumas pessoas vão embora para seguir outros projetos, outras entram... Isso é bacana, as pessoas trazem outras ideias. Uma hora, eu vou sair desse projeto e outras pessoas vão tocar. Eu acredito que é isso que faz ele andar. Essa coisa do novo, das pessoas que dialogam com outros públicos. Se isso não acontecesse, uma hora ele envelheceria”, explica Mariah, a única integrante atual, além de Erviton, que ajuda a casa desde seus primeiros instantes de vida.

 

Embora, hoje, o coletivo Vaca Profana descreva seu espaço como um local cujo propósito é fomentar e debater questões urbanas, além de promover atividades que visam melhorar a qualidade da vida cultural na cidade, Mariah revela que a ideia surgiu de um jeito “meio doido”, sem formato definido. “Acho que todos nós éramos pessoas muito diferentes quando imaginamos ela, mesmo porque, depois desses quatro anos, nós crescemos e aprendemos muito com a Vaca. Naquela época, éramos um grupo de amigos muito próximos. O pessoal queria fazer produção cultural, eu queria fazer um ateliê... Tínhamos muitas ideias, começamos a juntar elas e montar o projeto. Acabou surgindo de uma forma bem orgânica, para tentar suprir a lacuna na cidade relacionada à cultura e a espaços para música autoral. Não tinha nenhum outro lugar que juntasse todas as linguagens e possibilitasse às pessoas fazer parte disso. Queríamos algo que agregasse outros debates. Não é só show, só exposição, só teatro”, esclarece.

 

Nunca foi ideia do grupo, tampouco, construir um espaço educacional ou institucionalizado. A questão da independência era levada tão a sério, como motivação pessoal, que a Vaca nunca abriu um CNPJ, admite Mariah, rindo. “Por conta disso, vamos pouco atrás de financiamento do Estado para projetos ou editais de empresa privada, mas hoje temos estudado trabalhar mais com essa forma de sustentabilidade”. O companheiro de ideal e coletivo, Guilherme Benck, segreda as dificuldades enfrentadas pela Casa para pagar o aluguel do espaço sem esse retorno do governo. São cerca de R$ 2 mil ao mês, valor que nem sempre é atingido. O resultado, segundo ele, é o encerramento de diversos projetos que seriam fundamentais para a promoção da cultura. “A gente faz, principalmente, por amor. Não tem outra explicação. É porque a gente visualiza que, se a gente não fizer, vai ficar um vazio”.

 

 

Rito Espaço Coletivo

 

É em um pavilhão localizado na Rua Aníbal Bilhar, onde as paredes internas, construídas com tijolo à vista, são repletas de quadros e cartazes e, suspensos por fios, bicicletas e guarda-chuvas pairam sob a cabeça dos visitantes, que mais um coletivo passo-fundense vive. Formado por Miraldi Junior, Guto Pasini, Jandara Rebelatto, Daniela Dal Forno e Paulo Cesar dos Santos, o Rito Espaço Coletivo nasceu no fim de 2016, no intuito de fazer a arte fluir e servir como reduto para artistas da região.

 

Embora tenha surgido para ser a casa, especificamente, do Grupo Ritornelo de Teatro, o coletivo que forma o Rito conta que a vontade de movimentar a cena cultural junto a outras iniciativas fez com que eles tornassem o espaço aberto. “A Fundação Lucas Araújo nos forneceu esse pavilhão para ensaiar e, em troca, pagamos com nossas apresentações, fazendo espetáculos, oficinas e atividades ligadas à entidade. A gente sempre gostou de ter um espaço para ensaiar, mas também sempre quis um espaço que dialogasse com outros grupos, algo que nunca era viável na prática, pelos custos. Quando aconteceu de conseguirmos essa parceria, vimos esse baita espaço e pensamos que dava para fazer muita coisa nele – coisas que nós, na época somente em três pessoas, não daríamos conta”, compartilha o membro-fundador, Guto Pasini.

 

Embora, dentro do coletivo, todos os profissionais sejam ligados ao teatro, o Rito abre as portas para toda a gama de manifestações artísticas, sejam elas produzidas pelos membros do próprio coletivo ou por pessoas interessadas em usar o espaço pontualmente. Em quase três anos de atividade, já foram mais de 50 atrações abertas à comunidade, tais como peças de teatro, ensaios abertos, oficinas e apresentações musicais. “Quando entramos lá e vimos que precisava de mais pessoas para somar, prontamente chamamos pessoas próximas, que tinham ideias alinhadas às nossas”, Miraldi Junior complementa. Segundo a atriz Jandara Rebelatto, que também organiza o Rito, essa ligação com outros artistas foi fundamental para que as atividades dessem certo. Antes da influência de amigos como o músico Gabriel Selvage, que começou a organizar Rodas abertas dentro do Rito, os eventos que aconteciam lá eram restrito a amigos do coletivo. Isto porque, nas palavras de Jandara, eles não sabiam muito bem o que fazer com o espaço, visto que só tinham experiência com o teatro.

 

Guto reitera: o Rito permanece sempre aberto para parcerias que coletivizem o espaço e permitam que a cultura sobreviva. “Não tem impeditivos financeiros. Se as pessoas tiverem vontade de fazer um evento aqui, que seja dentro das coisas que a gente acredita, nós estamos de portas abertas. Claro que todo mundo precisa sobreviver, mas a gente faz sem grana, só na parceria, emprestando o espaço, porque acreditamos que é importante essas ações continuarem acontecendo. O que a gente não consegue é fazer por conta própria, com regularidade. Não temos tempo. Nós precisamos fazer nossas apresentações fora do espaço porque, hoje, o Rito é deficitário em alguma medida. Só com os eventos, ele não se paga. Uma parte é paga com nossos espetáculos. Apesar de tudo, temos esperança. É muito recente, ainda estamos experimentando e aprendendo a nos fazermos como espaço. Se der certo, vai ser uma crescente”, finaliza.

 

 

Toca do Ratão

 

Quando o assunto é música, um dos principais coletivos a puxar a frente de atuação no município é a galera que comanda a Toca do Ratão. Responsável por realizar os chamados Ensaios Abertos, que servem como um ponto de encontro para bandas locais compartilharem novos sons autorais, o evento já está em sua 17ª edição, funcionando sempre em um espírito de confraternização musical e de fortalecimento da cena local. Tanto as bandas que tocam no Ensaio, quanto os comerciantes que trabalham nele, todos são originários de Passo Fundo ou municípios da região, justamente para que o mercado daqui seja valorizado. A dinâmica é bastante simples: em média, quatro bandas por evento reúnem seus equipamentos, montam eles no Rito Espaço Coletivo e passam uma tarde de domingo fazendo som para quem está disposto a conhecer trabalhos que ainda não chegaram à paradas musicais (nada de covers!).

 

O projeto é realizado, há cerca de dois anos, em parceria com o coletivo do Rito, que cede seu espaço para a Toca do Ratão, mas não foi lá dentro que os ensaios nasceram e, sim, há alguns quilômetros dali, dentro da casa do músico Leonardo Barbosa Sacramento, mais conhecido como Ratão. Na época, ele abria as portas da própria residência, para que, em alguns fins de semana, as bandas do município pudessem ir até lá, abrir uma cerveja, ensaiar e compartilhar seus trabalhos. “A iniciativa surgiu, simplesmente, para fomentar a música autoral feita no município, porque nos bares há muito procura de cover e pouca abertura para o som autoral”, o músico comenta.

 

A mudança de local aconteceu quando, há três anos, Ratão precisou deixar a cidade para se dedicar à sua banda, Picanha de Chernobill, em São Paulo. “Quando fui embora, eu conversei com os amigos que já me ajudavam nos ensaios lá em casa e chegamos a um acordo de que não havia motivo para que o evento deixasse de acontecer só porque eu estava longe. Não seria justo. Foi aí que surgiu o nome do Rito, pela amizade que todos nós temos com o Guto e o Miraldi”, explicou Ratão, em uma conversa por WhatsApp com a reportagem de ON. É por este mesmo aplicativo que ele se comunica com os atuais integrantes do coletivo Toca do Ratão – formado pelos amigos Diogo Zanatta, Fábio Faccio, Guilherme Benck, André Zitto, Jefferson De Conto, Bruno Philippsen, Giancarlo Rotta de Camargo, Hélio Ribeiro, Miraldi Junior e Guto Pasini. Por algum tempo, mesmo de longe e somente pelo celular, foi Ratão quem seguiu ajudando a selecionar e convidar as bandas que tocariam no projeto.

 

Frequentador dos ensaios abertos desde suas primeiras edições, Diogo Zanatta conta que desde aquela época o caráter coletivista já era visível. “Mesmo com o Rato organizando, a gente ajudava lá no dia, carregando uma caixa de som, montando a estrutura... Já estava se transformando em um coletivo. Com a partida do Rato, assumimos porque, primeiro, não queríamos deixar o sonho de um amigo morrer. Segundo, porque estava tão bacana, sempre teve tanto público. Isso nos deixava realizados em continuar tendo esse evento onde os músicos podem tocar suas composições. Sem falar que, desde as primeiras edições, tem um caráter beneficente. Todo mundo que está ali é amigo e está ali por uma simples razão cultural. Nós não visamos lucro. Boa parte do dinheiro que conseguimos com as comidas e bebidas vai para associações beneficentes”, reitera.

 

O que não muda, independente da equipe organizadora, é a simplicidade da proposta inicial: um ensaio com amigos em volta, onde qualquer pessoa possa chegar e curtir, sem pagar nada por isso. “É um lugar para fomentar e manter acesa a chama da cena autoral”, resume Benck.

 

*A segunda parte da reportagem você confere na edição de segunda-feira, 24 de junho.

Atualização: Acesse a segunda parte da reportagem clicando aqui.

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