Quando o assunto são bandas de rock, há quem diga que Passo Fundo é a capital delas. O motivo é o histórico carregado pelo município. Daqui, nomes importantes foram lançados à projeção nacional dentro do cenário roqueiro. Mesmo hoje, quando a cena do gênero – e da arte em geral – não vive seu melhor momento no país, talentos continuam dando as caras por aqui. Não é coincidência, então, observar os resultados de edições recentes de competições como o Viva Rock Latino, promovido pelo Hard Rock Café. Nos dois últimos anos, bandas passo-fundenses foram as vencedoras da etapa gaúcha da disputa. Enquanto em 2018 a Old Dog levou para casa o título de campeã da etapa Gramado, na edição deste ano foi a vez dos garotos da Los Marias serem anunciados não somente como os vencedores da fase sediada no Estado, mas também como finalistas da etapa internacional. Deixando para trás mais de 700 bandas inscritas, a Los Marias concorre agora ao título de melhor banda da América Latina. O resultado sai neste domingo (20), às 17h, quando seis bandas disputam a grande final. Além da representante brasileira, seguem batalhando bandas das unidades do Hard Rock de Bogotá, Buenos Aires, Panamá, Manágua e San José.
Considerada a maior batalha de bandas de toda a América Latina, a Viva Rock Latino é uma disputa entre músicos de doze países latinoamericanos, onde estão instaladas unidades da rede Hard Rock. Por ter entre seus objetivos a valorização do rock e da cultura latina, o projeto estipula entre suas regras que as bandas interpretem, no mínimo, três canções covers ou originais em português ou espanhol. No caso da Los Marias – formada pelos músicos Ihago Jury, Milton Roque, Sérgio Junior, Eliéser Lemes e Vinicius Ramos –, Milton explica que o grupo apostou na apresentação de canções autorais no repertório que rendeu a eles a chance de representar o Brasil durante o campeonato. “A Los Marias é uma banda autoral. Claro, nos bares a gente mescla a nossa música autoral e o cover, mas cada vez mais queremos que a proporção do autoral tome mais espaço. Por isso, nosso repertório foi voltado para isso. No show da final, neste domingo, em Gramado, será a mesma ideia de bater na tecla do autoral. Além de tocarmos todos os nossos singles, vamos tocar também as faixas do nosso EP”, esclarece o vocalista, referindo-se a “Los Marias Contra os Tigres da Malásia”, trabalho com quatro músicas lançado pela banda no último mês, através do Selo180.
Caso seja anunciada como a vencedora do Viva Rock Latino, além do prestígio, a banda leva para casa o montante de 5 mil dólares. “Falar isso pode parecer um pouco batido, mas só de estarmos tocando em um Hard Rock, para nós, já é uma coisa incrível. É uma oportunidade enorme poder conhecer esses lugares enquanto trabalhamos com o que amamos e levamos o nosso trabalho para as pessoas que passam por lá. O prêmio material é um detalhe, que é legal, é importante e ajuda muito, mas o grande lance é estarmos na estrada. Se ganharmos, seremos a banda representante do Hard Rock em toda a América Latina”.
O músico passo-fundense salienta, ainda, o fato de as bandas selecionadas passarem pelo crivo da curadoria do Hard Rock. A avaliação acontece desde a etapa de inscrição, quando a organização realiza uma pré-seleção com base em vídeos e áudios enviados pelos candidatos. Nas fases seguintes, as bandas são convidadas a se apresentarem em uma das unidades do Hard Rock, onde realizam um show e são avaliadas por uma banca de jurados. A apresentação é, também, gravada e enviada para a avaliação da curadoria do Hard Rock mundial, que tem a responsabilidade de escolher seis finalistas entre todos os vencedores de cada Hard Rock da América Latina. “É a primeira vez que a gente participa. Ficarmos entre os seis finalistas é uma coisa incrível porque os avaliadores são profissionais preparados para isso, eles sabem com o que estão trabalhando. Então, escolher a gente entre tantas bandas, por si só, é uma vitória”, comemora.