Situado: o indivíduo e a relação com o cotidiano

Mostra da artista visual e tatuadora Giúlia Cittolin fica em exposição na Galeria Estação da Arte até o dia 9 de fevereiro deste ano

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Visitação acontece de terça-feira a domingo, das 17h às 21hVisitação acontece de terça-feira a domingo, das 17h às 21h
Visitação acontece de terça-feira a domingo, das 17h às 21h
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Imersas em um ambiente intimista e obscuro, pinturas, ilustrações, animações e fotografias expõem a vulnerabilidade de um indivíduo que, mergulhado no contexto urbano e coletivo em que vive, é posto em situações de (des)conforto, nudez e solidão. Através dessas peças, reunidas na exposição “Situado”, o público é instigado a refletir sobre os elementos que o cercam e o modo como cada caminho escolhido o afeta enquanto sujeito. De autoria da artista passo-fundense Giúlia Cittolin, a mostra foi uma das selecionadas no mais recente edital de Artes Visuais da Prefeitura de Passo Fundo e fica em exposição na Galeria Estação da Arte, que funciona junto à GARE Estação Gastronômica, até o dia 9 de fevereiro deste ano. A visitação é gratuita e pode ser feita pela comunidade em geral de terça-feira a domingo, das 17h às 21h.


Para levantar a reflexão à qual se propõe, “Situado” é uma exposição dividida em dois momentos. Um deles, voltado ao indivíduo e os caminhos internos que ele percorre. O outro, voltado ao coletivo, ao urbano, às rotinas e os caminhos diários. “Na exposição, eu busco entrelaçar esses dois momentos e versar sobre como os caminhos e rotinas nos formam, em um trabalho central, que é composto por uma pintura e por diversos vídeos de caminhos percorridos no cotidiano de diferentes pessoas”, explica a artista. Os vídeos, segundo ela, foram filmados e enviados por diversos colaboradores. “É um trabalho aberto. Quem quiser me enviar um vídeo de seu caminho do cotidiano por e-mail ([email protected]) e participar do trabalho continua sendo muito bem-vindo. Durante esse mês, coloquei meu ateliê para funcionar no espaço expositivo, então estarei lá produzindo, adicionando à exposição novos trabalhos e detalhes e recebendo pessoas. Quem estiver interessado em ir para conversar e produzir comigo também está convidado”.


Contato intimista com as obras


Garantir uma melhor visibilidade das produções audiovisuais exibidas nas telas que compõem a exposição e criar uma atmosfera intimista são dois dos motivos pelos quais a montagem acontece às penumbras. A iluminação, feita por Diego Herbet, limita-se a luzes suspensas de maneira individual sobre cada uma das peças expostas. “Como as telas, as fotos e a sala são escuras, mesclar esses elementos criou um efeito bastante interessante”, observa Giúlia.


Por este motivo, também, visando atenuar o clima de obscuridade, a sala fica aberta para visitação somente à noite. A ideia partiu de uma curadoria conjunta bastante especial: às mãos de Giúlia, durante a montagem, uniram-se as mãos da mãe da própria artista. “Foi algo muito interessante, pois nenhuma de nós havia montado uma exposição desta forma. Aconteceu muito naturalmente. Minha mãe tem uma grande sensibilidade e ela foi essencial para esse resultado que ficou tão legal. Foi feito com muito amor e acredito que despertou uma artista que estava um tanto adormecida...”.


“É uma forma de tentar me situar e entender o mundo”


Carregando na bagagem experiências em pintura acrílica, ilustração e até mesmo tatuagem, Giúlia conta que os trabalhos expostos em “Situado” vinham sendo desenvolvidos desde o ano de 2018 – a maior parte deles dentro do ambiente universitário, onde a jovem de 23 anos de idade cursa Artes Visuais. “Eles mostram de maneira bastante nítida uma narrativa minha no decorrer desse tempo. A exposição inicia focada na pintura e no indivíduo. Com o tempo, as técnicas vão se abrangendo e tratando de uma temática mais urbana. O processo de criação vem de minha caminhada para me compreender como artista e como eu me encaixo nesse mundo. É uma forma de tentar me situar, tentar entender o mundo e a arte”, explica. Ela salienta, porém, que embora tenham sido criados anteriores à exposição, os trabalhos passaram a fazer muito mais sentido no espaço expositivo, graças à atmosfera lá criada. “Portanto, por mais que os trabalhos já existissem, posso dizer que a exposição por si só é um novo trabalho feito especialmente para o local”.

 

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