Série de livros quer resgatar a memória do futebol do interior

Iniciativa proposta pelo historiador Juliano Roso reúne dez clubes gaúchos; dois deles são de Passo Fundo

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Daison e João Pontes, na áurea década de 1960 para o futebol local, formavam aquela que era a defesa mais temida do interior quando fardavam o uniforme do Sport Clube Gaúcho e se posicionavam na retranca das quatro linhas. Do outro lado da cancha, o futebol passo-fundense teria no Esporte Clube Passo Fundo o guardião da taça do campeonato da Segunda Divisão do Campeonato Gaúcho.


Essas anedotas, fatos históricos e pitorescos, além da rivalidade centenária que ainda se faz presente nas rodas de conversa dos passo-fundesenses devem estar presentes no projeto “Futebol Gaúcho: a história dos Gigantes do Sul”, proposto pelo historiador e ex- deputado estadual, Juliano Roso (PCdoB). A iniciativa, conforme comentou ele na manhã de quarta-feira (12), resgata em 200 páginas de volumes únicos a memória dos principais clubes interioranos em uma incursão pelos arquivos históricos mantidos por dez times: Esporte Clube Passo Fundo e Sport Clube Gaúcho, de Passo Fundo; Grêmio Esportivo Bagé e Guarany Futebol Clube, de Bagé; Caxias e Juventude, de Caxias do Sul; Esporte Clube Pelotas e Grêmio Esportivo Brasil, de Pelotas; e Clube Esportivo Aimoré, de São Leopoldo, além do Ypiranga, de Erechim. “Eu percebi que existe uma lacuna em termos de publicação da história dos clubes. Alguns já têm, mas a tiragem e publicação são limitadas”, disse.


As duas mil páginas dedicadas a resgatar a memória futebolística do interior gaúcho, no entanto, precisam ser viabilizadas em parcerias privadas, uma vez que o a iniciativa pioneira já obteve parecer favorável para captação de recursos via Lei de Incentivo à Cultura ainda no final do ano passado. “Cada livro deve custar, em média, 68 mil reais”, mencionou Roso. Segundo ele, duas empresas locais já manifestavam interesse em contribuir financeiramente para que os 500 exemplares sobre ambas equipes esportivas, nessa tiragem inicial, consigam ser impressos. “Vamos dar mais visibilidade para o futebol do interior e trazer as torcidas de volta a campo. O Rio Grande do Sul tem muita história bonita no interior”, avaliou ele.


Entre o material literário que fica com os clubes e os que serão destinados aos arquivos históricos e bibliotecas públicas, a distribuição do material deve ser feita de forma gratuita e engajando historiadores, fotógrafos e jornalistas de cada localidade, eleita por ser pólo regional e considerada pela relevância estadual no esporte, para contribuir na escrita, pesquisa e ilustração do documento.

 

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