A produção cultural passo-fundense “Culturas da nossa terra” foi uma das 52 selecionadas pelo Governo do Estado para receber aporte financeiro da Lei Aldir Blanc, aprovada durante a pandemia para subsidiar o setor em razão do contexto de emergência sanitária provocada pelo coronavírus. O recurso de 348,2 mil irá gerar 41 empregos diretos para os artistas locais.
Mais de 80% desse total será destinado aos cachês de músicos e atores, sonorização e iluminação, segundo explicou a diretora da produtora d.marin, Daiane Marin. “Temos 38 artistas de Passo Fundo trabalhando conosco, mas pretendemos entrar com um pedido de readequação para inserir mais 3 artistas”, disse. “São profissionais que fazem parte do cenário cultural e que estão também na periferia em contato com outras formas de expressão artística”, afirmou Daiane.
O projeto, conforme mecionou a diretora, contempla diversas expressões artísticas, como dança, teatro, música cantada, instrumental, literamúsica, escolas de samba de Passo Fundo e gêneros como hip hop e rock. “Pensamos em uma retomada na cultura local”, frisou. As apresentações estão previstas para iniciar em fevereiro do próximo ano no Teatro Múcio de Castro. “Os espetáculos serão gratuitos e terão acessibilidade de conteúdo com guias dentro do teatro, interpretação ao vivo e tradução em libras”, enfatizou. Todos os artistas já foram selecionados pela produtora para atuar no projeto cultural.
Recursos públicos
Assim como a produtora de Daiane, outros 51 proponentes dos projetos culturais selecionados pelo governo gaúcho serão chamados para firmar o Termo de Responsabilidade e Compromisso e receber o recurso previsto, com investimento total de R$ 10 milhões. Cada produção contemplada receberá entre R$ 100 mil e R$ 350 mil, podendo iniciar imediatamente a execução do projeto no prazo de até quatro meses. Embora Passo Fundo tenha apenas um projeto contemplado neste primeiro edital, 10 outras propostas voltadas à área cultural enviadas à Secretaria Estadual de Cultura (Sedac) entraram na lista de suplência.
A secretária da Cultura do Rio Grande do Sul, Beatriz Araujo, afirmou que, no balanço do resultado, houve maior alcance, contemplando projetos de todos os segmentos culturais e de todas as regiões do Estado, com aumento de projetos contemplados de novos proponentes. De cada cinco projetos contemplados, dois são de novos proponentes. “O processo desse edital contribuirá para atingir os objetivos da Lei Aldir Blanc, atendendo ao setor cultural, democratizando o acesso aos recursos e gerando oportunidades para o desenvolvimento cultural do Estado”, avaliou.
Ao todo, nesse edital, foram apresentados 1.071 projetos, segundo o Governo do Estado. A comissão julgadora foi composta por 24 pessoas, um terço indicado pela Sedac, um terço pelo Conselho Estadual de Cultura e um terço pelo Codic/Famurs. “Foi um ano muito difícil. Trabalhamos há 15 anos com a lei de incentivo e a Lei Aldir Blanc é o que está salvando, de fato, o setor cultural. Vamos ter um fôlego para seguir até a metade do próximo ano", ponderou Daiane.