Um olhar sobre o mundo árabe

Estudante da UPF relata suas experiências sobre a Síria

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Elen e ao fundo loja com vestiário tradicional árabe(Foto: Divulgação)Elen e ao fundo loja com vestiário tradicional árabe(Foto: Divulgação)
Elen e ao fundo loja com vestiário tradicional árabe(Foto: Divulgação)
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A Universidade de Passo Fundo (UPF) conta com estudantes de inúmeras cidades do Rio Grande do Sul e do Brasil, proporcionando uma diversidade de costumes e culturas. Mas além de contar com acadêmicos de diversos municípios e estados, além de intercambistas que vem ao Brasil para estudar e ampliar seus horizontes, há estudantes que possuem diferentes naturalidades. Um exemplo disso é a acadêmica do III nível do curso de Letras Português/Inglês, Elen Doumit Mansour, que nasceu na Síria.

A estudante mora há mais de 10 anos no Brasil e relata um pouco da sua trajetória. “Eu nasci e fui criada na Síria, na cidade de Banias, Tartus. Vim para o Brasil em 2008, com 16 anos e atualmente moro na cidade de Soledade. Sou filha mulher única, sou católica, tenho dois irmãos mais novos e sou a mais velha. Meu pai é engenheiro e a minha mãe é professora. Quando vim para o Brasil, logo casei, tenho um filho de 10 anos”, relata.

Sobre a diversidade da cultura árabe, Elen destaca os pontos turísticos e a rica culinária do país. “Sobre a cultura árabe, ela é muito rica. A Síria possui vários pontos turísticos, como: museus, templos e ruínas antigas, onde o destaque é para suas antigas tradições. A Síria é rica pela variedade de pratos árabes e temperos, muito famosa e conhecida pelos doces tradicionais, doces árabes, que são uma delícia, bem como pelo cultivo de oliveiras”, conta.


Tradição

A tradição e a religiosidade são muito importantes na Síria. Conforme Elen, no país existem muçulmanos em sua maioria e cristãos. “A Síria é dividida, em relação a religião, em mulçumanos e cristãos. Os cristãos são a minoria, estão espalhadas por todo o país. Os muçulmanos não se vestem como nós, as roupas não mostram muito o corpo, não são muito justas. O povo usa burca, sheiar, são rígidos com relação às mulheres. Venho de uma família católica, mais liberal, mas que respeita as tradições”, explicou.

A Síria enfrenta uma guerra civil que já fez com que milhares de pessoas perdessem a vida e com que uma população grande saísse do país em busca de refúgio. “Desde 2010, a Síria vem enfrentando uma guerra, onde o país regrediu muito, sendo que a maioria da população procurou refúgio nos países da Europa e até mesmo no Brasil!”, afirma.


Costumes

Sobre as principais diferenças entre o Brasil e Síria, a acadêmica destaca a liberdade feminina. “Em relação aos costumes, são totalmente diferentes, na minha opinião, são até muito rígidos, pelo fato de ser um país da grande maioria da população ser muçulmana, isso acaba afetando a liberdade da mulher, que acaba sofrendo mais! As principais diferenças culturais entre a Síria e o Brasil, na minha opinião, são a liberdade da mulher, o vestimento, a culinária, a criação e o modo de pensar mais tradicional das famílias”, comenta.


UPF

Sobre a escolha do curso, Elen destaca que sua mãe professora foi a inspiração para a definição da profissão. “Um dos motivos pelos quais me fez escolher o curso de Letras foi pelo fato da minha mãe ser professora, quis seguir o exemplo dela, ela me incentivou muito e escolhi a UPF pelo fato de ser uma universidade tradicional e bem-conceituada. A UPF possui uma estrutura agradável e acolhedora, assim como professores qualificados e atenciosos. Indico o curso de Letras a cada um que esteja interessado em aprender e aprimorar seu conhecimento em línguas e se desenvolver como falante e leitor. O curso de Letras e a UPF nos dão maiores possibilidades e abrem caminhos ao conhecimento. Sou grata por fazer parte dessa família!”, afirma.

Sobre o futuro, a acadêmica planeja se formar e continuar morando no Brasil. “Não pretendo retornar para Síria quando me formar, pois construí uma família linda no Brasil, pretendo me formar e atuar na minha área aqui mesmo”, finalizou.


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