Chimia leva a arte do grafite para as escolas

Artista já pintou um mural na Wolmar Salton e prepara um segundo em outra escola, ainda mantida em segredo para surpresa dos alunos

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Trabalho na Wolmar Salton foi realizado com recursos da Lei Aldir Blanc (Fotos: Gerson Lopes/ON)Trabalho na Wolmar Salton foi realizado com recursos da Lei Aldir Blanc (Fotos: Gerson Lopes/ON)
Trabalho na Wolmar Salton foi realizado com recursos da Lei Aldir Blanc (Fotos: Gerson Lopes/ON)
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Quando retornarem para as aulas presenciais, estudantes de algumas escolas públicas de Passo Fundo encontrarão lugares com mais cor, criatividade e cultura. Uma dessas escolas é a Escola Estadual Wolmar Salton, no bairro Bom Jesus. No início de março, o muro externo do educandário recebeu um grafite do artista Pedro Benjamim, o Chimia. O mural apresenta o Distribuidor 3.000 ccc, uma máquina de Cultura, Conhecimento e Criatividade. “Ele é um mural que por si só já fala tudo isso sozinho. É para o aluno estar desfrutando o seu conhecimento, a sua criatividade e a cultura do hip hop, que traz o grafite”, explica Chimia.

O grafite na Wolmar Salton apresenta o Distribuidor 3.000 ccc (Foto: Gerson Lopes/ON)

Pedro já realizou trabalhos semelhantes em dezenas de cidades do Brasil e até no exterior. No entanto, neste ano, em razão da paralisação provocada pela pandemia, ele vem intensificando os grafites nas escolas. Muitos deles de maneira voluntária. 

No caso do mural pintado na Wolmar Salton, contou com apoio da Lei Aldir Blanc, que distribui recursos de apoio à cultura e auxiliou principalmente com material e locomoção. O processo de produção do grafite foi acompanhado pela Dom Talento, uma organização cultural que produziu o vídeo disponibilizado pelo instagram. “Deu uma ajuda gigantesca para a realização da arte”, conta Chimia sobre a Lei. O projeto na escola também faz parte da iniciativa “Tudo pela Cultura”.

O muro externo da escola permite que a comunidade também acesse o trabalho (Foto: Gerson Lopes/ON)

Proposta

O trabalho em escolas vem com o objetivo de levar arte, principalmente, para crianças. “Um mural, algo com um monte de significados, com uma criatividade maior, algo bem mais amplo, é um pouco difícil, pelo fato da verba, de que o spray é caro, o valor do artista é caro”, explica o artista sobre o motivo de trabalhar em escolas públicas.

Chimia ressalta que os valores envolvidos no trabalho são altos (Foto: Gerson Lopes/ON)

Além disso, Chimia espera que os professores também possam utilizar o trabalho em sala de aula. “Para que o professor de português possa pedir uma interpretação de texto, o professor de arte, enfim. Os professores podem trabalhar a partir disso. Desfrutar da criatividade do seu aluno”, ressalta.

E por trás de tudo, está outro objetivo, considerado o mais importante: apresentar opções para que, no futuro, as crianças possam se desviar da criminalidade. “Eu acho que é legal a cultura do hip hop estar presente na escola, ainda mais em escolas periféricas, onde sempre tem crianças, com experiências de vidas diferentes dos alunos das escolas particulares. Eles têm uma outra experiência. É muito importante nós estarmos unidos para que eles possam ter opções no seu futuro, no mundo do trabalho, opções de trabalhos, de formas diferentes de poder gerar seu lucro”, destaca o artista.

Chimia tem outros projetos para escolas de Passo Fundo (Foto: Gerson Lopes/ON)

Pedro está desenvolvendo outro grafite em outra escola de Passo Fundo. O local está sendo mantido em segredo para surpresa dos alunos. Mais escolas devem receber a iniciativa nos próximos meses e outro mural deve ser produzido na Wolmar Salton, desta vez em uma caixa d’água. “Estou tentando captar empresas para toda a comunidade poder ver de vários ângulos do bairro”, contou Chimia. O trabalho do artista pode ser conferido no instagram @chimiagraff.

Atualização: a escola Wolmar Salton que recebeu o mural é estadual, não municipal, conforme informado anteriormente.

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