A paixão platônica do personagem Benito por uma misteriosa mulher, que surge em uma visão obtida pela minúscula janela de um trem a vapor, é o que dita os rumos do novo livro de Júlio César Pacheco. Lançado pela Editora Illuminare, “Estação de Monterrey” narra a história de um jovem ferroviário e suas divagações estimuladas por viagens de trem e diálogos de bar. A obra é o primeiro romance do advogado passo-fundense que, antes disso, em 2009, publicou o livro “Os Direitos Sociais e o Desenvolvimento Emancipatório”.
Neto de ferroviário, Júlio Pacheco conta que essa proximidade com as histórias nascidas em estações ferroviárias despertou nele, desde cedo, o prazer por viajar de trem - uma experiência essencial, segundo ele, para a construção do romance fictício. O lançamento de “Estação de Monterrey”, com pré-venda e sessão de autógrafos, acontece no dia 21 de maio, das 14h às 18h, na Livraria Delta do Passo Fundo Shopping. O livro poderá ser adquirido, a partir desta data, na própria livraria e também nas plataformas da Editora Illuminare, ao preço de R$ 39,90. A capa é assinada pela artista Giulia Cittolin.
Além de escritor e colunista no jornal O Nacional, Pacheco é advogado, formado em Direito pela Universidade de Passo Fundo e mestre em Cidadania pela Unijuí. Atuou ainda como professor de Ciências Jurídicas e Sociais por mais de uma década e como repórter em rádio e jornal nas décadas de 1980 e 1990.
ON: Sobre o que trata a obra?
Júlio: A Estação de Monterrey é um ensaio sobre viagens de trem, amigos e diálogos de bar, uma bela mulher, morte e destino. O romance se passa nas décadas de 60 a 90 do Século XX, numa pequena cidade no Sul do Brasil, e retrata a trajetória de um ferroviário estudante de Direito, Benito, seus ideais políticos, suas viagens, sua paixão pelo Gaúcho (seu time do coração), sua relação com os pais e o avô paterno - alfaiate de Valpassos -, seus romances nos cabarés e a filosofia de bar com os amigos. A espreita, acontece um amor platônico, uma paixão nascida quando o ferroviário, pela janela minúscula do trem a vapor, avista uma bela mulher caminhando próxima à Estação de trem de Monterrey.
O espírito revolucionário do jovem Benito, personagem principal do romance, movimenta o roteiro do livro. Ao final, quando Benito já se prepara para encarar a velhice e a finitude do corpo, o mistério desse amor arrebatador apresenta um desfecho espetacular e arrasador, ao mesmo tempo em que desnuda o sentido da vida e as experiências que o corpo e a alma vivenciam ao longo da maravilhosa jornada humana na Terra.
ON: Qual o significado do título?
Júlio: A cidade de Monterrey é fictícia, bem como a cidade de Valpassos, que é mencionada em capítulos do livro. Como se trata de um romance que nasce numa Estação de Trem, em Monterrey, escolhi o nome de Estação de Monterrey. Os cenários representam Passo Fundo (Valpassos) e Marcelino Ramos (Monterrey).
O Nacional: É o seu primeiro livro de romance, certo?
Júlio Pacheco: Sim, este é o primeiro romance. Já escrevi um livro na área do Direito, denominado “Direitos Sociais e o Desenvolvimento Emancipatório”, publicado em 2009.
ON: De onde vem sua afeição pela literatura?
Júlio: Eu acredito que foi em 1985, na 2ª Jornada Nacional de Literatura, ao ouvir o escritor Ignácio de Loyola Brandão. Ele falou justamente do processo de escrita e isso me cativou. Depois acompanhei várias jornadas de literatura e Encontro Marcado, promovidos pela Universidade de Passo Fundo, com o comando da Tânia Rösing. Mas, na adolescência, eu fazia longas caminhadas da minha casa na Lucas Araújo até a Biblioteca do SESI para buscar livros. Como era importante ter uma biblioteca à disposição para o empréstimo de livros. Isto despertou o gosto pela leitura. Também o fato de ter sido aluno do Curso de Redator da Escola Cecy Leite Costa provocou muito o interessante pela leitura e pela escrita.
ON: Quais foram suas principais inspirações para a narrativa e a criação dos personagens?
Júlio: O espaço de criação se deu no ambiente ferroviário, então a maior inspiração foi meu avô Antônio Pacheco, que foi Chefe de Trem da Viação Férrea. Na infância, eu viajei muito de trem, na linha Passo Fundo – Cruz Alta, e essa experiência foi essencial na construção da história. Além disso, fiz diversas entrevistas com ferroviários, destacando-se o líder sindical e ferroviário Valentim Viana, com quem tive o prazer de conversar horas a fio, quando estava muito doente em sua residência, que, por sinal, era a casa onde nasci em Passo Fundo, construída pelo meu avô Pacheco, na Rua Duque de Caxias. Uma coincidência interessante. Os encontros com os amigos na juventude nos bares de Passo Fundo também geraram histórias contadas no livro.
ON: Quando você começou a escrever a obra e como aconteceu esse processo?
Júlio: Acredito o ponto de partida foi 2015. Nesse ano iniciei a produção dos textos, mas sempre conciliando com a atividade profissional de professor de direito, naquele ano, e advogado. Então o processo de escrita dividiu meu tempo com o trabalho.
ON: Como acontecerá o lançamento do livro?
Júlio: Em razão da pandemia e da necessidade de distanciamento social, afinal, vivemos uma tragédia no mundo e mais notadamente no Brasil, será promovida uma pré-venda do livro pela Livraria Delta com possibilidade de entrega dos exemplares, com autógrafo, no dia 21 de maio, das 14h às 18h, seguindo todas as regras de saúde estabelecidas pela livraria e pelo Shopping. Além disso, a Editora Illuminare de Santa Catarina promoverá lives e encontros pela internet para lançamento do livro.
ON: Onde o livro pode ser adquirido?
Júlio: Inicialmente poderá ser adquirido na Livraria Delta, em pré-venda antes do dia 21/5 e depois na própria livraria e nos próximos meses pelas plataformas da Editora Illuminare, ao preço de R$ 39,90.