Morreu hoje (27) de covid-19, no Rio de Janeiro, o sambista Nelson Sargento, nome artístico de Nelson Mattos, aos 96 anos de idade. Presidente de honra da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, Nelson Sargento foi internado no dia 20, no Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), com quadro de desidratação, anorexia e significativa queda do estado geral. Ao chegar no Inca, foi realizado o teste de covid-19, que deu positivo para a doença, apesar de o sambista ter tomado as duas doses da vacina CoronaVac.
No sábado passado (22), ele foi transferido para a UTI, com piora do padrão ventilatório e hipertensão, respirando com auxílio de máscara de oxigênio. Ontem, em nota, o Inca comunicou que o estado de saúde de Sargento era grave e inspirava cuidados. Hoje, também em nota, o Inca informou que “apesar de todos os esforços terapêuticos utilizados, o óbito ocorreu às 10h45 dessa quinta-feira (27)”.
O apelido Sargento deriva da mais alta graduação que o cidadão Nelson Mattos alcançou quando serviu ao Exército brasileiro. Foi compositor, cantor, pesquisador da música popular brasileira, artista plástico, ator e escritor.
Sargento compôs cerca de quatrocentas músicas. Nascido em 25 de julho de 1924, aos 12 anos de idade, saiu do Morro do Salgueiro para morar no Morro da Mangueira. Em 1955, em parceria com o famoso compositor da Mangueira, Alfredo Português, Nelson compôs o samba-enredo Primavera, também chamado As quatro estações do ano, considerado um dos mais belos sambas-enredo do carnaval.
Atualmente, o sambista morava na Tijuca. Casado com Evonete Belizario Mattos, deixa seis filhos biológicos e três adotivos. Sargento era matriculado no Inca desde 2005, quando foi diagnosticado com câncer de próstata, tratado na ocasião.
Segundo informou à Agência Brasil a nora do sambista, Lívea Mattos, a família decidiu que, em razão da pandemia de covid-19, não haverá velório. “Nelson será cremado, em cerimônia restrita à família”, disse.