Vida e morte de jovem vítima de leucemia vira peça teatral

Passo-fundense, que inspirou a criação da Lei Federal 11.930, motivou também a concepção do projeto “Doador do Futuro”, que promoverá sete apresentações gratuitas no Teatro Múcio de Castro

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Companhia Armazém, de Santa Maria, é responsável pela concepção criativa do espetáculo. (Foto: Divulgação)Companhia Armazém, de Santa Maria, é responsável pela concepção criativa do espetáculo. (Foto: Divulgação)
Companhia Armazém, de Santa Maria, é responsável pela concepção criativa do espetáculo. (Foto: Divulgação)
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Pietro de Albuquerque acabara de completar 18 anos, no ano de 2007, quando recebeu o diagnóstico de leucemia mieloide aguda. O jovem passo-fundense, que sonhava em ser escritor, foi obrigado a lutar contra a doença devastadora que mata oito a cada 10 pacientes, durante 10 meses de espera, até que conseguisse um doador de medula óssea compatível. Porém, já era tarde demais. A vida e morte do jovem, filho do ex-deputado federal Beto Albuquerque, inspirou, à época, a criação da Lei Federal 11.930 — que institui a Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea — e, hoje, ganha os palcos dos teatros através do espetáculo “Doador do Futuro – Semeando Esperança”. O projeto estreia em Passo Fundo nesta semana, com sete apresentações gratuitas no Teatro Municipal Múcio de Castro.

Aprovado na Lei de Incentivo à Cultura e promovido pela produtora cultural d.marin, em parceria com o Instituto Pietro, o projeto é destinado, principalmente, aos adolescentes das escolas públicas, e busca criar possíveis “doadores do futuro”. Por isso, nesta terça (14), quarta (15) e sexta-feira (17), as apresentações acontecem exclusivamente para estudantes das escolas municipais Etelvina Rocha Duro, Adolfo Camargo, Irmã Maria Catarina, Zeferino Demétrio Costi, Cohab Secchi e Notre Dame, com sessões às 8h30min e 14h. A expectativa é de que mais de 600 alunos assistam à peça no Teatro Múcio de Castro. Eles receberão transporte gratuito, com ônibus fornecidos pela Secretaria Municipal de Educação. Já no feriado de quinta-feira (16), o espetáculo acontece às 19h e é aberto para a comunidade em geral. As apresentações contarão com tradução em Libras.

Para a diretora da d.marin Planejamento Cultural, Daiane Marin, o teatro é uma forma lúdica de descomplicar temas complexos, além de tocar o coração das pessoas com consciência e criatividade, e por isso é uma importante ferramenta para conscientizar os jovens sobre a importância da doação de medula óssea. “Este assunto é pouquíssimo explorado. Precisamos dar vazão à informação que salva vidas”, afirma. Seguindo esse propósito, até o final do ano, 56 apresentações da peça devem ser promovidas, em oito municípios do Rio Grande do Sul. Além de Passo Fundo, Alegrete, Caxias do Sul, Cruz Alta, Pelotas, Porto Alegre, Santa Maria e Santa Rosa também receberão o projeto. 


Enredo 

Com concepção criativa da Companhia Armazém, a montagem conta a história de quatro amigos que cursam cinema na faculdade, até que um deles é diagnosticado com leucemia. O fato muda a vida de absolutamente todos os envolvidos e assim inicia a jornada pela cura. “Conseguimos ilustrar como um fato desta natureza muda o curso da história de todos os envolvidos”, diz o diretor, Leonardo Roat. Ele reforça que o enredo faz o público criar empatia com quem está doente, mas também provoca a se colocar no lugar dos pais, amigos e de toda essa rede de afeto.   


Instituto Pietro

Desde o diagnóstico de leucemia do filho, Beto Albuquerque, pai de Pietro e ex-deputado federal, iniciou uma luta em prol da doação de medula óssea. Em 2019, ano que Pietro completaria 30 anos, Beto inaugurou o instituto que leva o nome do filho, em Porto Alegre. A associação é especializada na doação de medula óssea e, desde a fundação, trabalha para conscientizar a população Brasil afora.

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