Uma criança tímida, de poucos amigos e introspectivo. No entanto, um leitor ávido e de imaginação fértil. Essas são as características com as quais Carlos Alberto Mayer — ou simplesmente Beto Mayer, como seria conhecido — define seu “eu” de oito anos. “Minha mãe chegou a me levar ao médico, porque haviam dito que eu deveria ter algum problema”, revela o ator.
Em seu primeiro trabalho literário, intitulado "O Teatro Imita a Vida" (Editora Ellus), Mayer convida para um mergulho profundo nas últimas quatro décadas da história do teatro em Passo Fundo. A obra é um testemunho vívido e apaixonado do papel fundamental que a arte desempenhou na vida cultural e social da comunidade.
Por meio de recortes de jornais e cartazes amarrados em uma narrativa em primeira pessoa, o autor resgata momentos marcantes como a formação de grupos artísticos precursores — entre eles o Alma Livre, fundado pela professora, atriz, diretora e musicista Desdêmona Machado Aires (in memoriam) — e a efervescência dos festivais nos anos 1980, 1990 e início de 2000.
Ao longo das páginas, os leitores serão levados em uma jornada de histórias pessoais e inspiradoras que oferecem um vislumbre do rico legado teatral de Passo Fundo. Além disso, Mayer revisita personagens icônicos e eventos que muitas vezes permaneceram na sombra da história, mas que desempenharam um papel crucial na evolução da cultura na região.
"O Teatro Imita a Vida" é ainda um tributo sincero ao talento dos artistas locais, à dedicação dos envolvidos na produção teatral e ao apoio contínuo da comunidade. “Costumo dizer que a gente não faz teatro sozinho e, por isso, incluí no livro depoimentos de pessoas com as quais dividi cena, fiz produção, fui aluno ou amigo, e que marcaram a minha vida de alguma forma”, explicou.
“Quando o espetáculo termina, um breve silêncio parece eterno. O ator inspira, a respiração para, as mãos gelam, e os aplausos são o único bálsamo que vale a pena saborear.”
Trecho retirado do livro “O Teatro Imita a Vida”
Sobre o autor
Carlos Alberto Mayer (53) é natural de Passo Fundo (RS). Durante sua carreira de 35 anos no teatro profissional, escreveu, produziu, dirigiu e atuou em diversas peças para crianças e adultos. Alguns de seus personagens mais conhecidos são Dulce Alcântara Pereira Barreto (que o acompanha há 27 anos), Petrúquio (“A Megera Domada” - William Shakespeare) e Cristhie Holmes (“Adivinhe quem vem para morrer”).
Publicitário formado pela Universidade de Passo Fundo, é pós-graduado em Teatro-Educação. Uma de suas maiores contribuições para a cultura local foi ter ajudado a fundar o Projeto Grupo de Teatro da UPF (1991 - 2004), posteriormente chamado de Companhia de Espetáculos da UPF, onde, além de ator, era produtor.
Desde 1995, dedica-se à oficina de teatro para todos os públicos e presta assessoria de produção cultural por meio de sua empresa Ágora Produções Culturais. No Instituto Ellus, faz mentoria de escritores, exercitando a criatividade, produção textual e roteirização.
Adquira o livro
"O Teatro Imita a Vida" (Editora Ellus) será lançado e poderá ser adquirido hoje(22), a partir das 19h, na Academia Passo-fundense de Letras. A obra também estará à venda nas livrarias da cidade, na Editora Ellus e diretamente com o autor. Para mais informações, entre em contato através do telefone (54) 9 9978-6033.
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