As chuvas ocorreram com intensidades variadas, muitas vezes em forma de pancadas, típicas da estação, atingindo boa parte das regiões do Estado. Em alguns locais, onde as precipitações tiveram intensidade elevada, houve alagamentos nas áreas mais baixas, danificando estradas, benfeitorias e lavouras, e desmoronamentos, com destruição de casas, deixando diversas famílias desabrigadas. De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, em algumas localidades, de forma pontual, foi relatada a preocupação com a multiplicação de fungos nas lavouras, devido à elevada temperatura e à alta umidade do ar. No entanto, de modo geral, o clima vem mantendo a umidade do solo e o nível dos açudes e barragens, beneficiando o desenvolvimento das culturas.
Apesar de ter sido um período tumultuado, especialmente para os produtores que semeiam o arroz no tarde, em decorrência das pesadas precipitações de novembro até este início de ano, o plantio do arroz deve encerrar nesta semana. Como ainda há produtores em replantio, especialmente nas áreas com adversidades climáticas, a área estimada nesta safra poderá ter recuo, assim como a produtividade nas áreas atingidas. Cerca de 2% das lavouras de arroz estão em enchimento de grãos, 9% em floração e 79% estão em desenvolvimento vegetativo. De maneira geral, a situação da lavoura é boa, com umidade e insolação adequadas. As reservas de água são excelentes na grande maioria das zonas de produção.
O clima tem beneficiado a lavoura do milho no RS, que permanece com excelente aspecto e muito bom desenvolvimento. A cultura ainda se mantém em atraso em relação à média histórica, entre 3 a 4 pontos percentuais, pois, até a semana, já foram plantados 91% da área total do Estado, estimada em 1,282 milhão de ha. Na próxima quarta-feira, dia 20, encerra o período de plantio recomendado pela pesquisa, mas, em função da cultura da soja estar finalizando o plantio, também nesta semana e com atraso, e ser prioritária ao produtor, provavelmente o milho deverá ultrapassar essa margem, mesmo porque existe o milho semeado na resteva do feijão e fumo, e que serão semeados na sequência do tempo.
A lavoura da 1a safra de feijão no Estado apresentou uma evolução de 9 pontos percentuais na colheita em relação à semana anterior, chegando aos 37% da área, quando deveria estar com 10 pontos percentuais acima, para igualar com a média histórica. Ainda falta cerca de 35% de área para superar as fases de maior comprometimento em relação ao rendimento, isso porque 18% das lavouras de feijão estão em enchimento de grãos, 9% em floração e 8% da área estão em germinação e desenvolvimento vegetativo. Alguns produtores já estão iniciando os trabalhos visando a 2ª safra ou safrinha, que deverá se intensificar em fevereiro.
Em relação às áreas atingidas pelas enchentes no centro do RS, a do feijão foi, entre os grãos, a mais prejudicada. Dados preliminares apontam que cerca de 7,65 mil hectares (38% da área afetada) foram atingidos, com perdas perto de 9.200 toneladas de feijão. Essa redução na produção deverá aumentar a procura do grão, pois, até o momento, o mercado trabalha com lentidão e preços deprimidos ao produtor.
HORTIGRANJEIROS E CRIAÇÕES
Citros - Mantêm-se com boa sanidade e vigor as plantas, demonstrando bom pegamento de frutas. Continuam as práticas de raleio e poda verde, bem como adubação de cobertura e tratamentos fitossanitários. O controle de ervas espontâneas vem exigindo muito esforço e tempo, face ao intenso crescimento das mesmas na região da Serra.
Uva - Situação preocupante com as condições climáticas no momento em que se intensifica a maturação da cultura. O excesso e constante umidade junto ao cacho, associados a elevadas temperaturas, formam condições propícias para a evolução da podridão da fruta, ruptura da epiderme da baga e ataque de insetos, e dificultam no tratamento da mesma. Também há reflexos diretos no teor de açúcar, fator de fundamental importância para a qualidade da uva. Viticultores estão apressando a colheita das variedades precoces, tentando reduzir os prejuízos.
Forrageiras – Apesar das fortes chuvas, a boa quantidade de água no solo, apesar de causar transtornos no manejo dos animais nas áreas de difícil drenagem e sujeitas a alagamentos, está produzindo um ótimo resultado em termos de crescimento das pastagens. Na zona da Campanha já está sobrando pasto e o ganho de peso dos animais tem demonstrado isto. Contudo, a umidade e o vento ocorrido em períodos passados provocaram sérios danos a áreas de produção de sementes de azevém, fato que poderá se refletir já na próxima estação, quando iniciar o plantio de novas áreas com pastagens de inverno. Muitos produtores seguem plantando as cultivares de verão, uma vez que as chuvas atrasaram o cronograma ou exigiram que se fizesse o replantio. O campo nativo, assim como as pastagens perenes, também está com seu desenvolvimento sendo considerado muito bom na maioria das zonas de importância pecuária do Estado.
Bovinocultura de corte – Em muitas regiões, as estradas de ligação para o gado chegar até o mercado ainda está precária, acarretando irregularidade na oferta. Preocupa os produtores o aumento do número de parasitas, principalmente moscas do berne e chifre, assim como do carrapato, favorecidos pelo calor e a intensa umidade.
Bovinocultura de leite - O volume da forragem é bom e sua qualidade satisfaz as necessidades nutricionais do rebanho. Consequentemente diminui o custo de produção e aumenta a oferta do produto no mercado, o que não favorece o produtores uma vez que a tendência do preço pelo leite é cair.. Segundo o levantamento realizado pela Emater/RS–Ascar, nas principais regiões de produção do Estado, o preço médio do leite passou de 0,55 para R$ 0,54 o litro, uma queda percentual de 1,82%, perdendo praticamente o aumento obtido no período anterior.
Ovinocultura – As chuvas seguem provocando atraso na tosquia e transtornos ao manejo sanitário dos animais. Os principias problemas encontrados são o aparecimento de casos de verminose e de manqueira nos animais. O mês em curso também traz a necessidade dos banhos obrigatórios contra a sarna e piolhos. Contudo, as fêmeas tosquiadas com cria ao pé apresentam uma excelente condição corporal. Inicia-se o período reprodutivo na zona da Campanha. O preço médio do cordeiro continua se mantendo em alta. Já o da lã tem se mantido estável nos últimos períodos e segue melhorando para as lãs finas.
Informações Assessoria Imprensa da Emater