Viajar de avião foi mais barato em 2009 do que nos oito anos anteriores. A constatação é da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que divulgou hoje (19) um estudo, baseado em dados do relatório Yield Tarifa e em informações das empresas aéreas brasileiras, segundo o qual o valor pago pelos passageiros para voar nas principais rotas do Brasil no ano passado foi o menor dos últimos anos: R$ 0,48 por quilômetro voado.
De acordo com a Anac, esse valor é 27,6% mais baixo do que o registrado em 2008, que foi de R$ 0,66 por quilômetro voado, e de 39,2% em relação a 2003, o mais alto do período (R$ 0,78).
A queda de preços foi acompanhada por um aumento de 17,7% na demanda por voos domésticos. A presidente da Anac, Solange Paiva Vieira, diz que esses números devem-se à participação crescente das companhias aéreas de menor porte no mercado brasileiro. De acordo com Solange, diferentemente do que ocorreu em outros países, onde o tráfego aéreo ainda sofre com a crise, o Brasil teve um ano excelente, com aumento na demanda por voos domésticos e queda de quase 28% nos preços das passagens.
“As duas maiores companhias brasileiras já chegaram a ter mais de 90% do mercado de voos domésticos. Atualmente, elas têm 84%, já que as empresas de menor porte estão ampliando sua participação. É uma mudança significativa em pouco tempo, considerando um mercado tão grande, com quase 128 milhões embarques e desembarques em 2009”, destaca o superintendente de Regulação Econômica e Acompanhamento de Mercado da Anac, Juliano de Alcântara Noman.
A Anac informou que o preço médio da tarifa nos voos domésticos foi de R$ 321,28 no ano passado. Quando atualizado, esse valor é também o menor desde 2002. Em dezembro, quando a tarifa média foi de R$ 300,59, o aumento da concorrência fez com que o preço por quilômetro voado fosse de R$ 0,44, valor abaixo do registrado em novembro (R$ 0,49).
O cálculo do Yield Tarifa considera origem e destino do bilhete aéreo, independentemente das escalas e conexões, em 67 percursos aéreos ligando capitais a cidades de médio porte. O indicador considera a quantidade de assentos comercializados em cada base tarifária, a distância entre a origem e o destino em quilômetros e a receita obtida pela empresa com as tarifas públicas de passageiros, compradas por pessoas físicas ou jurídicas no varejo, na internet, em lojas e balcões das companhias aéreas, agências de viagens ou por telefone.
Não fazem parte do cálculo as tarifas corporativas negociadas entre as companhias aéreas e outras empresas; as tarifas de fretamento, que são negociadas com as agências de turismo para pacotes de viagem; e assentos oferecidos gratuitamente, ou com desconto diferenciado, para tripulantes, funcionários, crianças que não ocupam assentos, programas de milhagem e endosso de passagem.
Informações da Agência Brasil