Eleições não devem afetar economia

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O ano de 2010 deverá ser bem tranquilo do ponto de vista econômico, embora seja um período eleitoral, segundo análise dos técnicos da SPE (Secretaria de Política Econômica) do Ministério da Fazenda. José Antônio Pereira de Souza, assessor da SPE, disse que não deve haver grandes rupturas econômicas se compararmos com 2002, quando houve uma especulação muito grande e a inflação ficou muito alta. "Passou a 10%. Eu acho que este ano vamos ter uma condição bem mais tranquila do que em 2002, e até do que em 2006", avaliou.

Mesmo assim, os técnicos continuam atentos às questões externas, ressabiados com o tranco que a economia brasileira - que vinha com um bom desempenho - levou a partir de 2008, por causa de problemas na economia mundial. "O risco externo sempre há. Até porque houve o problema da confusão em que se meteram os países lá fora, principalmente os Estados Unidos, com a questão regulatória dos bancos. Há a China, que as pessoas se preocupam se vai continuar com esse ritmo chinês de crescimento. Acho que a China não é problema", disse Souza.

Por outro lado, ele acredita que a Grécia e a Alemanha indicam que começaram a sair da crise e as últimas notícias sobre a economia dos Estados Unidos são boas. "A menos se houver uma reversão muito grande e fora de série, as condições para a gente são boas. Não há melhor do mundo. A gente gostaria que fosse bem mais. Mas dadas as condições lá fora, não há grandes riscos, não", avaliou o assessor, lembrando que essa é uma análise muito difícil.

O coordenador-geral de Política Sociais da SPE, Arnaldo Barbosa de Lima Junior, disse que, se por um lado temos as importações ajudando no combate à inflação, do outro temos as exportações provocando déficit em transações correntes. Mas, ao mesmo tempo, esse déficit vai ser protegido pelo investimento em carteira e investimentos estrangeiros diretos no país. Já Souza destaca que é importante notar a diversificação dos parceiros que o Brasil tem para enfrentar a adversidade no comércio exterior nesses momentos de crise. "Não somos o México. A gente não está plugado em um país só, grande [EUA]. E tem as oportunidades que sempre aparecem, como a reconstrução do Chile [por parte das construtoras brasileiras]".

Os números da balança comercial têm preocupado, porque em fevereiro foi registrado um superávit de US$ 394 milhões, com exportações de US$ 12,197 bilhões e importações de US$ 11,803 bilhões. No mesmo mês de 2009, o superávit comercial chegou a ser quatro vezes maior - US$ 1,761 bilhão. Além do mais, com o déficit comercial de US$ 166 milhões registrado em janeiro e o resultado de fevereiro, a balança comercial nos dois meses do ano teve superávit de US$ 228 milhões, 81,5% menor do que o registrado no mesmo período de 2009 (US$ 1,232 bilhão). Nos dois meses do ano, as exportações ficaram em US$ 23,502 bilhões e as importações, em US$ 23,274 bilhões.

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