A inflação para as famílias com renda mensal de até 2,5 salários mínimos registrou em março alta de 1,40%, ante a taxa de 0,90% apurada em fevereiro. Com o resultado, o custo de vida para essa faixa de renda acumula alta de 3,66% no ano e de 6% nos 12 meses fechado em março (inflação anualizada). Os dados divulgados ontem pela Fundação Getulio Vargas mostram que a alta do Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1) foi influenciada pelo aumento nos preços dos produtos alimentícios, que têm o maior peso no orçamento das famílias de baixa renda.
Em março, o grupo alimentação teve alta de 3,31%, ante 1,41% do mês anterior. O feijão carioquinha (de -0,27% para 8,46%) e o tomate (de 33,47% para 47,85%) foram os que mais subiram. Os grupos educação, leitura e recreação (de –0,45% para 0,23%), despesas diversas (de –0,13% para 0,48%) e saúde e cuidados pessoais (de –0,01% para 0,37%) também registraram alta de preços. A baixa de preços foi verificado em itens dos grupos transportes (de 2,67% para 0,37%), vestuário (de –0,58% para –0,91%) e habitação (de 0,12% para 0,08%).
Projeção
A expectativa de analistas e investidores para a inflação neste ano aumentou um pouco mais de acordo com a pesquisa realizada semanalmente pelo Banco Central. Por outro lado, as projeções mostram recuo na dívida líquida do setor público. Os dados publicados no boletim Focus mostram que passou de 5,18% para 5,29% a projeção do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o índice oficial de inflação, para 2010. Houve aumento também na expectativa para o Índice Geral de Preços Mercado (IGP-M), que reajusta a maioria dos contratos de aluguel, que passou de 6,80% para 7,69%.
Para a inflação dos preços gerais da economia – o Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna (IGP-DI) – os analistas diminuíram a projeção, que passou de 7,14% para 7,11% . A projeção para a inflação na ciodade de São Paulo – Índice de Preços ao Consumidor (IPC-Fipe) – também caiu, passando de 5,41% para 5,39%. As projeções dos analistas para os preços administrados ou monitorados - determinados por contratos preestabelecidos ou por um órgão do setor público, como os serviços telefônicos, os produtos derivados de petróleo, eletricidade e planos de saúde e tarifas de transportes públicos - subiram de 3,65% para 3,70%.
A dívida líquida do setor público na pesquisa recuaria, no final do ano, de 41,40% para 41,35% em proporção ao Produto Interno Bruto (PIB), já que a estimativa para o crescimento da economia aumentou de 5,52%. A projeção para a taxa de câmbio e para os juros básicos da economia no final do ano permanece inalterada, US$ 1,80 e 11,25% respectivamente. Para a produção industrial, a perspectiva é de uma elevação de 9% para 9,31%. O déficit em contra corrente, um dos principais indicadores das contas externas, foi mantido em US$ 50 bilhões nas estimativas, com o saldo da balança comercial em US$ 10 bilhões e os investimentos estrangeiros diretos em US$ 38 bilhões.