Acordo entre o Brasil e os Estados Unidos, feito em Punta Del Este, no Uruguai, prorroga por mais 60 dias o início das retaliações brasileiras ao mercado norte-americano. O Brasil foi autorizado pela Organização Mundial do Comércio (OMC) a impor sanções aos EUA por causa dos subsídios concedidos aos seus produtores de algodão, que acabaram prejudicando os cotonicultores brasileiros e africanos. A ampliação do prazo já estava prevista, caso houvesse acordo, para que os governos dos dois países discutam o detalhamento das propostas.
O Itamaraty informou que três pontos foram apresentados como requisitos para o acordo. A reavaliação dos subsídios dados pelo governo norte-americano a seus produtores rurais, o reconhecimento do estado de Santa Catarina como livre de febre aftosa sem vacinação, o que a Organização Mundial de Saúde Animal (OMS) já fez há três anos, e a criação de um fundo de US$ 147,3 milhões para financiar projetos ligados à produção brasileira de algodão.
O embaixador do Brasil em Genebra, Roberto Azevedo, e o secretário de Agricultura dos Estados Unidos, James Milles, estão em Punta Del Este participando do encontro do Grupo de Cairns, que reúne exportadores agrícolas. O único ponto que ainda não estava acordado antes da reunião era o fundo de compensação.
Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Haroldo Cunha, o fundo terá a gestão partilhada entre o governo e a iniciativa privada. Entretanto, ainda faltava resolver uma divergência quanto às atividades nas quais o fundo poderá investir. “Há uma limitação da fonte de recursos que eles estão propondo para o fundo, que só permite investimentos em instituições de pesquisa americanas”, explicou. O governo brasileiro ainda não divulgou detalhes do acordo.
Com informações da Agência Brasil
Prorrogado início da retaliação comercial do Brasil aos EUA
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