O Copom (Comitê de Política Monetária) decidiu na quarta-feira (28), pelo aumento da taxa básica de juros, a Selic, em 0,75 ponto percentual, passando de 8,75% para 9,50%. Ao avaliar o resultado da reunião do Copom, o presidente da Fiergs (Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul), Paulo Tigre, disse que "a decisão deve ter repercussões em diversos segmentos da economia, como o aumento do custo do crédito, sobre a decisão de investimento privado e de consumo das famílias, sobre o mercado de câmbio e, inclusive, no pagamento de juros da dívida interna por parte do setor público".
Nos últimos meses a economia brasileira ocupou lugar de destaque no cenário internacional por conta da rápida recuperação diante dos impactos da crise. Porém, um novo ciclo de aumento de juros pode comprometer, a médio prazo, esses resultados conquistados pelo setor privado. Os números mostram que a atividade exportadora perdeu competitividade nos últimos anos diante de um câmbio valorizado. E, o baixo investimento em infraestrutura, contribui para formar gargalos de produção e comercialização.
O industrial destacou ainda que "além da redução da demanda externa com a crise e o câmbio valorizado que continua a penalizar fortemente a atividade exportadora, a piora na qualidade dos gastos públicos representa um duplo golpe na competitividade da indústria nacional". A próxima reunião está marcada para os dias 8 e 9 de junho.