Biocombustíveis responderão por 70% da demanda veicular até 2018

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O presidente da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), Paulo Miranda Soares, disse que os biocombustíveis responderão por cerca de 70% da demanda veicular entre 2017 e 2018.

Ele fez a afirmação ao participar, nessa quinta-feira (13), da divulgação do Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2010. O relatório apresenta dados consolidados do consumo de combustíveis em 2009, que apontam para um aumento da demanda de 5,4% em relação a 2008, apesar da crise econômica mundial.

A expansão de apenas 0,2% no consumo de óleo diesel em 2009, em relação a 2008 (25,2 bilhões de litros), foi compensada, em grande parte, pela expansão do consumo de etanol, que em 2009 passou de 13,3 bilhões para 16,5 bilhões de litros – um aumento de 23,9%. A expansão do consumo de gasolina ficou em apenas 0,9% (25,4 bilhões de litros).

O presidente da Fecombustíveis disse que as perspectivas do setor para 2010 são as melhores, com expansão igual ou superior às projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto do país (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos, estimado pelos analistas em torno de 6% para este ano.

“As nossas perspectivas são muito boas. A gente tem aí as descobertas fantásticas do pré-sal, há sem dúvida alguma uma perspectiva de crescimento econômico e o setor de combustível – levando em conta que o transporte no Brasil é feito em cima do caminhão – tende a acompanhar o comportamento da economia, com incremento na demanda de óleo diesel no mesmo patamar.

Miranda Soares destacou o setor de etanol, que deverá continuar em franca expansão tendo em vista que a maioria dos carros novos sai hoje da fábrica consumindo tanto gasolina quanto álcool.

“A expectativa de crescimento do etanol é muito grande, porque a indústria automobilística está batendo todos os recordes de produção e tem como carro-chefe os carros flex fluel” (que utilizam os dois tipos de combustíveis), disse o presidente da Fecombustíveis. Para ele, o consumo de gasolina tende a se estabilizar e até a cair, em razão da demanda pelo álcool, cujos preços estão voltando a ser competitivos.

“A gasolina, realmente, tem tendência de estabilização do consumo e até de queda. No planejamento estratégico da Fecombustíveis, nós imaginamos que em 2017-2018 o Brasil esteja consumindo 70% de biocombustíveis e apenas 30% de combustíveis fósseis”.

Miranda disse ainda que basta observar o comportamento do mercado em 2009 para se ter essa compreensão: “Com toda a crise mundial, o etanol cresceu quase 24% no Brasil, então é difícil prever a expansão deste ano no caso do consumo do álcool, porque agora nós temos a indústria automobilística vendendo cada vez mais carro flex fuel”.

O diretor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Alan Kardec, disse que a gasolina hoje no Brasil já é um combustível alternativo. Segundo ele, depois de fechar em queda de 17% no consumo entre janeiro e fevereiro deste ano, o etanol voltou a puxar a expansão da demanda. “O mercado de etanol está se recuperando bem agora em 2010, já tendo inclusive ultrapassado o consumo da gasolina em vários estados. O país já vem consumindo mais etanol do que gasolina desde 2008".

Em sua opinião, dentro de mais um mês o consumo de etanol já terá retomado os níveis de consumo anteriores ao processo de retração, em razão da alta dos preços provocada pela entressafra da cana-de-açúcar. 

Com informações da Agência Brasil

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