CNI vai entregar documento a candidatos à presidência

A entidade defende medidas para garantir o crescimento anual do PIB e um rearranjo na política econômica

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A Confederação Nacional da Indústria (CNI) vai propor aos principais pré-candidatos à Presidência da República que o setor seja tratado com prioridade pelos governos. A entidade propõe uma série de medidas para garantir o crescimento anual do Produto Interno Bruto em 5,5% ao ano, o que permitiria o aumento da renda per capita em 4,5%, por ano. Assim, a renda per capita poderia dobrar em 15 anos, em vez dos 21 anos atuais. O encontro com os pré-candidatos está marcado para terça-feira (25), na sede da CNI, em Brasília.

De acordo com o documento A Indústria e o Brasil – Uma Agenda para Crescer Mais e Melhor, divulgado ontem, a renda subiria dos atuais US$ 10.465 para US$ 20 mil em 2025, equiparando-se ao patamar de Portugal, da Arábia Saudita e Hungria. Em 2040, a renda brasileira aumentaria para US$ 40 mil, semelhante à do Canadá, da Holanda e da Islândia. O documento mostra soluções para 12 áreas de atividade, envolvendo segurança jurídica para os contratos, investimentos, tributação e gasto público, financiamento, relações do trabalho, infraestrutura, educação, inovação, comércio exterior, meio ambiente, burocracia e micro e pequena empresa. A CNI sugere a limitação de gastos públicos correntes, reforma da Previdência Social e elevação da poupança doméstica, o que ampliaria os investimentos. Outra sugestão é a unificação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), como está proposto em emenda que tramita no Congresso Nacional.

O presidente da CNI Armando Monteiro Neto, defendeu um "rearranjo da política macroeconômica", que "precisa estabelecer um diálogo maior com a política fiscal", de modo a aumentarem os investimentos e o desenvolvimento do país, permitindo a elevação da distribuição de renda. "Não é possível imaginar o setor público investindo entre 1,5% e 2% do Produto Interno Bruto [a produção econômica do país] ante as necessidades na área de infraestrutura".

Para ele, só vai haver mais dinheiro se houver contenção dos gastos correntes. Monteiro disse que muitos projetos que estão na pauta do governo na área de investimentos podem não ser realizados, mas destacou que há mais possibilidade de executar os de exploração do pré-sal e aqueles ligados à Copa do Mundo e à Olimpíada. Monteiro avaliou que a política fiscal expansionista praticada pelo governo eleva a taxa de juros para conter o excesso de demanda, e reflete na política cambial. Segundo o presidente da CNI, a taxa de juros precisa estar alinhada com os padrões internacionais. Ele conclui que o valor da taxa de juros real do país "é inquietante”, levando em conta que entre 40 países emergentes e desenvolvidos a taxa média real anual é de 0,7% enquanto no Brasil a taxa real se situa em 5% ao ano.

“Alguma coisa está errada", disse. O país não pode ter uma taxa de juros real seis vezes maior que a média de 40 países. Esse diferencial é que nos desfavorece. O Brasil precisa atuar para que não haja uma diferença tão grande uma vez que isso significa um preço fundamental para a economia brasileira". O presidente da CNI falou sobre o assunto na entrevista que concedeu depois da apresentação do documento A Indústria e o Brasil, que vai ser discutido no próximo dia 25 na sede da entidade, em Brasília, com os principais candidatos à Presidência da República.

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