Exportação de frango recua e Brasil mira África e Ásia

Por
· 1 min de leitura
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

A crise econômica europeia afetou as exportações de carne de frango do Brasil no início deste ano e provocou uma queda de 1,43% no volume embarcado nos quatro primeiros meses em relação ao mesmo período de 2009, levando o País a apostar em África e Ásia. No total, as exportações do Brasil atingiram 1,15 milhão de toneladas entre janeiro e abril, contra 1,17 milhão nos quatro primeiros meses de 2009. Somente para a União Europeia (UE), a queda das exportações em volume foi de 15%, para 141.233 toneladas. "Não é muito estranho para nós que a União Europeia tenha reduzido as compras, a gente viu já no ano passado uma retração. Eles próprios disseram que o problema é a crise", afirmou o presidente-executivo da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra.

Turra destacou que o País ainda está em discussões com a UE devido a mudanças de regras técnicas adotadas pela região e não descarta a entrada na Organização Mundial do Comércio (OMC) devido a medidas protecionistas adotadas.
Se o Brasil perde espaço na UE, vem conquistando o mercado do continente africano, que já ultrapassou os europeus com um total de 145,2 mil toneladas entre janeiro e abril, alta de 7% ante 2009. "A África também comprou menos inteiros e mais cortes, produto com um pouco mais de valor agregado. Egito e Gana figuram entre os que se destacaram", explicou Turra. "Estaremos lá na Copa do Mundo, promovendo a Copa 2014 (no Brasil), promovendo degustação. Queremos abrir Angola e Nigéria, isso seria fundamental", completou.

O Brasil aposta ainda na Ásia, principalmente a China, após a adoção pelo gigante asiático de taxas antissubsídios sobre alguns produtos derivados de frango americano. Para a região asiática, as exportações atingiram 316,2 mil toneladas no primeiro quadrimestre, 2,2% a mais do que no mesmo período de 2009. A Rússia é outro destaque nos planos da Ubabef, apesar de o país estar rapidamente desenvolvendo sua produção doméstica. A ideia é aproveitar o embargo à carne americana devido à utilização de cloro pelas processadoras. "Um fato que olhamos bem é a possibilidade de melhoria com a Rússia. Temos notícias de que a Rússia também cercou um pouco o mercado americano e está anunciando o aumento do volume de cota de exportação para Outros (onde o Brasil se encaixa) para 150 mil toneladas. Hoje é 36 mil", disse Turra.

Gostou? Compartilhe