Redação ON
Os produtores rurais brasileiros terão R$ 116 bilhões para financiar a safra 2010/2011. O valor é 7,4% maior do que o disponibilizado no ciclo passado. Segundo o Ministério da Agricultura, a agricultura comercial terá R$ 100 bilhões disponíveis, enquanto a familiar terá R$ 16 bilhões. Um dos destaques do plano é a criação do programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), que terá R$ 2 bilhões para financiamento de tecnologias na lavoura que reduzam a emissão de gases de efeito estufa, como o sistema de integração lavoura-pecuária-floresta.
Segundo o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, ao todo serão aplicados R$ 3,150 bilhões para estimular a sustentabilidade, por meio de práticas agronômicas que preservem o meio ambiente e aumentem a produtividade. Além dos recursos do ABC, haverá R$ 1 bilhão em créditos, pelo Programa de Incentivo à Produção Sustentável do Agronegócio (Produsa), e R$ 150 milhões, pelo Plantio Comercial de Recuperação de Florestas. Os produtores que optarem por adotar sistemas de plantio direto na palha poderão ter, ainda, R$ 2 bilhões em financiamentos de custeio – valor que corresponde a um acréscimo de 15% sobre a estimativa de R$ 15 bilhões para esse tipo de plantio.
Juros controlados
Dos R$ 100 bilhões que serão destinados pelo Plano Safra 2010-2011 à agricultura comercial, a maior parcela irá para operações de de custeio (compra de sementes, de equipamentos, pagamento de mão de obra etc.) e de comercialização. A previsão do governo é ofertar R$ 75,6 bilhões em financiamentos. Boa parte desses valores (R$ 60,7 bilhões) será oferecida a juros controlados.
De acordo com o secretário de Política Agrícola do Ministério da agricultura, Edilson Guimarães, a oferta de juros controlados aumentou em 12%, na comparação com os R$ 54,2 bilhões em financiamentos com juros controlados no Plano Safra do ano passado. Ele explicou que a média de juros será de 6,75%.
Médio produtor
Uma das novidades do Plano deste ano é a criação de uma linha especial para médios produtores rurais. O Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) terá R$ 5,65 bilhões de recursos. A taxa de juros mais baixa, de 6,25% ao ano, atenderá produtores com renda bruta anual de até R$ 500 mil. O limite de financiamento é de R$ 275 mil para custeio e de R$ 200 mil para investimento. Segundo Rossi, o programa protege um grupo importante de produtores que estava esquecido.
“Os pequenos produtores ganharam uma proteção com o Pronaf, mas o médio produtor ficava desprotegido. Agora ele recebe uma atenção especial que permeia programas de investimento e de custeio”, afirmou. Outras iniciativas que podem ajudar os médios produtores são os programas para incentivar a construção, manutenção e adequação de armazéns dentro das propriedades rurais. “Assim, o produtor poderá vender sua produção quando interessar a ele vender”, disse Rossi, ao explicar que a medida ajuda a garantir os preços pagos aos agricultores.