Daiane Colla/ON
O galpão escolhido pela Tetra Pak para instalar sua primeira comercializadora no país já recebe diariamente caminhões das fábricas da multinacional instaladas em Monte Mor (SP) e Ponta Grossa (PR). Em funcionamento desde 1º de abril, a comercializadora, que custou R$ 3 milhões, já opera 80% da capacidade prevista, segundo o diretor financeiro da Tetra Pak, Marcelo Arantes. A unidade deverá comercializar 1,8 bilhão de embalagens por ano, 35% do total produzido pela Tetra Pak no Brasil.
O investimento é visto com bons olhos pela multinacional, líder mundial em soluções para processamento e envase de alimentos. A unidade de Passo Fundo é a primeira do grupo nesse modelo, criada para atender a demanda das empresas de leite e derivados do Rio Grande do Sul que têm sobre elas uma lei estadual. Essa lei, homologada há dois anos, garante isenção de ICMS para o leite fluido e redução de crédito presumido de 12% para 3% para queijo, leite em pó e pré-condensado aos laticínios que adquirirem embalagens dentro do Estado. "Desde então viemos negociando com o governo do Estado para tentar montar uma comercializadora aqui, para que os clientes pudessem se beneficiar com o imposto", explica Arantes.
Depois de assinado o protocolo de intenções com o governo do Estado, a Tetra Pak foi em busca de um ponto estratégico para montar a comercializadora, que também irá funcionar como centro de distribuição. Diferentes razões fizeram com que Passo Fundo fosse a escolhida. O diretor financeiro elogiou a localização estratégica da cidade, no centro da bacia leiteira estadual, com um bom aeroporto e as vantagens de um entroncamento rodoviário que é acesso a todas as cidades da região que possuem laticínios. "Nossos grandes e principais clientes estão localizados na região de Passo Fundo", garante Arantes, lembrando da Italac, da Bom Gosto e da Nestlé.
O funcionamento da unidade de Passo Fundo, previsto para fevereiro, foi adiado devido a questionamentos jurídicos em relação a tributação de impostos dos clientes. Segundo a diretora de comunicação da empresa, Elisa Prado, o atraso do início das atividades foi ocasionado por uma dúvida em relação à tributação do imposto sobre produtos industrializados, mas que foi esclarecida no último mês de março. Com isso, a unidade começou a funcionar na primeira semana de abril.
Na última semana, o vice-presidente de estratégias de negócios da Tetra Pak para América Latina e Mercosul, Eduardo Eiser, informou que a empresa deve em breve anunciar a expansão da fábrica em Ponta Grossa. Segundo ele, o tamanho da ampliação ainda está sendo avaliado pela empresa.
Marcelo Arante acredita que a ampliação da fábrica de Ponta Grossa deverá aumentar os negócios da comercializadora em Passo Fundo, já que as indústrias locais de leite também estão em expansão. "A comercializadora deverá seguir esse crescimento", garante.
Polietileno verde
A Braskem deve iniciar a produção de polietileno verde na fábrica construída em Triunfo, em setembro. A Braskem fornecerá à Tetra Pak polietileno desenvolvido a partir do etanol de cana-de-açúcar para a produção de tampas plásticas.
O acordo de fornecimento, fechado no ano passado pelas empresas, prevê a entrega de 5 mil toneladas anuais de polietileno de alta densidade à fabricante de embalagens e representa o primeiro acerto para a utilização do polietileno verde na indústria mundial de alimentos e bebidas. A Braskem fornecerá polietileno verde para a fabricação de tampas plásticas pela Tetra Pak no Brasil e na Europa. A petroquímica é parceira mundial da fabricante de embalagens.
