Reajuste do piso regional desagrada de novo

Assembleia Legislativa aprovou na quarta-feira projeto de lei do governo estadual de reajuste de 6,9%

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Glenda Mendes/ON

Pelo segundo ano consecutivo, as centrais sindicais lutavam por um reajuste de, pelo menos, 12% no piso regional. O índice solicitado representa o que as categorias avaliam como a soma das perdas com a inflação e com a evolução do PIB do Estado no ano passado. Porém, foi aprovado o projeto de lei do governo estadual concedendo reajuste de 6,9%.
Para rebater o PL do Executivo, duas emendas foram apresentadas. Uma, da deputada do PMDB, Zilá Breitenbach, de 7,7% de aumento no piso regional. Outra, que teve apoio de 16 deputados, de Heitor Schuch (PSB), que previa reajuste de 9,68%. Entretanto, a proposta do governo venceu por 25 votos a 17.
Com o reajuste, o piso regional de primeira faixa fica em R$ 546,57. Já a última faixa fica em R$ 594,42. O reajuste desagradou os sindicados, que consideram os 6,9% a representação do fim do piso regional. O desagrado já vem do ano passado, quando o reajuste foi de 7,1% contra a solicitação de 12% dos sindicatos.
Uma das categorias que mais se baseia nesses valores é a dos comerciários, que esperava um índice maior. "Infelizmente foi muito ruim a decisão", lamenta o diretor do Sindicato dos Comerciários de Passo Fundo, Bradimir da Silva. De acordo com ele, tomando como base o reajuste do salário mínimo nacional, que foi de 9,67%, e o índice concedido aos aposentados, de 7,7%, o piso regional foi prejudicado. "Todos os índices foram superiores. E os trabalhadores estavam mobilizados por 12%. O que foi aprovado ficou muito aquém do esperado", salienta o sindicalista.

Fim do piso regional
O percentual é considerado pelos sindicatos como a intenção de acabar com o piso regional do Estado. "Uma das maiores conquistas dos trabalhadores gaúchos nos últimos dez anos foi o piso regional. Mas estamos vendo que a vontade política do governo é acabar com isso", destaca Silva.
Segundo ele, até mesmo o empresariado esperava por um reajuste maior. "Agora, todos os dissídios coletivos vão levar em conta esse reajuste, que surpreendeu até mesmo o empresariado, que esperava 7,7%", ressalta.
O tema deverá ser discutido em plenária entre as categorias, centrais sindicais e federações. "Ainda não sei qual a atitude que será tomada, mas precisamos discutir o assunto", enfatiza.

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