As empresas brasileiras recolherão neste ano o valor recorde de R$ 11,3 bilhões aos cofres do Sistema S (entidades como Senac, Sesi, Sesc). O valor das contribuições sociais - pagas principalmente sobre a folha de salários - engordará o caixa do sistema, que ainda contará com outras fontes de receita para chegar ao orçamento estimado de R$ 16,1 bilhões.
O montante supera os recursos disponíveis para o programa Bolsa Família deste ano (R$ 14 bilhões). Já o valor referente às contribuições sociais equivale a quase seis vezes o total estimado para a receita do imposto sindical (R$ 2 bilhões).
Ligadas às confederações empresariais, as entidades do Sistema S serão beneficiadas com a capitalização recorde em pleno ano eleitoral. No ano passado, as contribuições sociais ao Sistema S renderam R$ 10,3 bilhões. O aumento de 10% esperado para este ano decorre do bom desempenho do mercado de trabalho formal.
Nos primeiros cinco meses do ano, as contratações com carteira assinada registraram números inéditos, aumentando a folha de salários das empresas e o valor arrecadado pelo Sistema S. Dados do Ministério da Previdência mostram que o repasse de contribuições ao sistema, entre janeiro e abril, já alcançou R$ 3 bilhões.
A contribuição compulsória para o sistema é classificada como um dos componentes do custo Brasil e já foi colocada na berlinda pela área econômica do governo. A equipe do ministro Guido Mantega (Fazenda) chegou a estudar a desoneração da folha de pagamento via extinção da contribuição, mas a proposta não resistiu ao lobby das entidades.