As exportações da indústria gaúcha cresceram 11% no primeiro semestre do ano, em comparação com o mesmo período de 2009, somando US$ 5,97 bilhões. Apesar de positivo, o resultado ficou bem abaixo da média nacional, que atingiu uma expansão de 32%.
Essa diferença no desempenho deve-se, em grande parte, à importância que a indústria extrativa conquistou no total das exportações nacionais. No acumulado do ano, as vendas de petróleo e minério de ferro expandiram 87% em relação a 2009, representando 20% dos embarques do país, e ambos são itens que quase não fazem parte da pauta do Estado. "O resultado não é ruim, pois além dessa particularidade, o primeiro semestre foi bastante tumultuado em âmbito internacional e a economia mundial ainda cresce timidamente", explicou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, Paulo Tigre, ao avaliar a balança comercial nessa segunda-feira.
O setor industrial respondeu por 83,22% dos embarques totais do Estado (US$ 7 bilhões) no acumulado do ano. As vendas externas que mais avançaram foram de itens com média-alta tecnologia (26,3%) e com média-baixa tecnologia (16%). Já os produtos não industriais caíram 14%.
Nos seis primeiros meses do ano, os segmentos que registraram as maiores acelerações foram celulose e papel (47%), com vendas voltadas para a China, Coreia do Sul e Argentina; e veículos automotores, reboques e carrocerias (44%) para Chile, África do Sul e Argentina. Também foram destaques no período os setores químico (39%) e borracha e plástico (25%). O primeiro com a exportação de polietileno para Argentina, Venezuela e Uruguai, enquanto o segundo com o envio de pneus para China e Argentina.
China, Argentina e Estados Unidos foram os principais destinos dos produtos gaúchos no ano. Apesar de uma queda de 7% das suas compras no Rio Grande do Sul, os chineses mantiveram a primeira posição ao adquirirem principalmente óleo de soja, celulose, produtos químicos, couro e carne de frango. Os argentinos garantiram o segundo lugar em uma elevação de 53% nas importações, com ênfase para óleo diesel, produtos químicos e energia elétrica. Os Estados Unidos estão em terceiro lugar com um crescimento de 8% nos seus pedidos, entre eles calçados, armas de fogo e fumo em folha.
O Rio Grande do Sul mantém a quarta posição entre os Estados exportadores ao responder por 8% dos embarques brasileiros no primeiro semestre, em relação ao mesmo período de 2009. O ranking é liderado por São Paulo (26% de participação), seguido por Minas Gerais (13,83%) e Rio de Janeiro (10,5%).
Já as importações de produtos industrializados, nessa base de comparação, subiram 60% e somaram US$ 5,9 bilhões, ou seja, 96,2% de tudo que o Estado comprou. As encomendas se concentraram em matérias-primas e bens intermediários para atender o nível de produção aquecido pelo mercado interno.
Quando analisado apenas junho, ante o mesmo mês do ano passado, as exportações gaúchas apresentam uma queda de 21%, atingindo US$ 1,5 bilhão. Na indústria, que respondeu por 78,6% das compras totais, a desaceleração foi de 2,3%. As importações, no entanto, avançaram 68% e chegaram a US$ 1,2 bilhão. O saldo comercial ficou positivo em US$ 312 milhões.
Exportações da indústria gaúcha crescem 11%
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