Geada castiga hortigranjeiros

Folhosas cultivadas ao ar livre sofreram perdas devido às geadas do final de semana. Consumidor deve sentir os reflexos nos preços das verduras

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Leonardo Andreoli/ON

As geadas do último final de semana afetaram as produções de hortigranjeiros cultivadas a céu aberto em Passo Fundo. As plantas que não morreram ficaram com a aparência prejudicada e não poderão ser comercializadas. Enquanto as áreas plantadas recentemente estão com o desenvolvimento atrasado, a expectativa é que as verduras que ainda não chegaram à época de colheita possam se recuperar.

Conforme o chefe da Emater municipal, Ademir Trombeta, as geadas prejudicaram principalmente as produções de folhosas, como é o caso da alface. "As outras culturas, mesmo com o frio forte, não sofreram tanto, mas diminuíram o ritmo de desenvolvimento", destaca. Trombeta conta que no último sábado as verduras colhidas e levadas para a Feira do Produtor congelavam enquanto estavam expostas. A alface atingida pela geada fica com as folhas escuras e não serve para ser vendida. O chefe da Emater explica que as folhosas, mesmo produzidas dentro de estufas, sofrem com as baixas temperaturas, pois diminuem o desenvolvimento.

Produtores

Há sete anos Marinho Souza dedica-se ao cultivo de hortaliças. Antes de mudar para essa produção o agricultor de 63 anos criava gado leiteiro. Ele e a esposa vivem com a renda da venda desses produtos. A geada do final de semana afetou as plantações a céu aberto. As únicas que poderão ser vendidas na Feira do Produtor de hoje são as cultivadas dentro da estufa. "Até o sábado os preços não estavam alterados, mas nesta quarta-feira deve acontecer algum reajuste nos valores", prevê. As verduras cultivadas em ambiente fechado são regadas apenas pela manhã para evitar que acumulem umidade e com isso desenvolvam fungos.

O produtor Edegar Souza tem 5 hectares de sua propriedade destinados à produção de hortaliças.  Segundo ele, apenas uma parte da produção foi perdida. "Não tínhamos muitas plantas prontas para o consumo", justifica. As verduras menores estão com o desenvolvimento atrasado. "Um pé de alface que antes demoraria cerca de 45 dias para ser consumido, agora leva quase 90 dias. Esse atraso faz com que as verduras não fiquem tão macias", explica. Para o produtor, o aumento de preços não é uma boa saída, segundo ele, a elevação dos valores decorre da queda nas vendas.
Edegar trabalha há 18 anos com a produção de hortigranjeiros. Ele comenta que no inverno geralmente acontecem perdas. "No ano passado tivemos um ano atípico. Não foi tão frio, então as verduras foram menos castigadas", lembra. Nos 5 hectares plantados são produzidas oito variedades de alface, brócolis, repolho, repolho roxo, couve-flor, rúcula, radite, temperos, cenoura e rabanete. Conforme dados da Emater municipal, em Passo Fundo mais de 100 hectares são destinados à produção de hortigranjeiros.

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