O aumento da renda e do emprego foram responsáveis pela redução de 1,41% no total de consumidores inadimplentes registrados em julho no Serviço Nacional de Proteção ao Crédito (SPC), ante o resultado de junho. Na comparação com julho do ano passado, a queda foi de 5,99%. O volume de pessoas que regularizaram suas dívidas teve um aumento de 17,92%, em relação ao mês anterior. Os dados são do Indicador Brasil de Vendas e Inadimplência, apurado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo SPC.
A quitação de débitos pode ter sido estimulada por dois fatores: o pagamento da primeira parcela do décimo terceiro salário, solicitada por muitos trabalhadores em período de férias, e a liberação do segundo lote de restituição do Imposto de Renda. Além disso, houve melhorias no mercado de trabalho, como a criação de quase 1,5 milhão de empregos formais no primeiro semestre de 2010. “Quando as pessoas têm renda acima do seu consumo básico é que começam a pagar dívidas antigas”, afirmou o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior.
Entre os que continuam inadimplentes, a maioria (79,22%) deve valores de até R$ 250 o que, segundo Pelizzaro, é uma característica do brasileiro. “As pessoas compram produtos de valor alto desde que se dê prazo longo, e toda a família colabora com o pagamento das prestações”, disse. Para ele, os resultados devem ter reflexo nas vendas do Natal. “A melhora no número de vendas e a recuperação de crédito mostram que o comércio estará robusto e poderá oferecer boas condições de crédito. Também haverá muitos consumidores aptos a comprar a prazo até o fim do ano”, disse. As vendas para o Dia dos Pais subiram 10%, 3 pontos percentuais acima das expectativas dos comerciantes.