As exportações do setor industrial gaúcho cresceram 2,3% em julho, na comparação com o mesmo mês do ano passado, totalizando US$ 1,25 bilhão. O valor representou 80% das vendas totais do Estado. Os segmentos que mais cresceram foram metalurgia (167%), máquinas e equipamentos (58%) e produtos de metal (28%). "O segmento metalmecânico foi o que mais sofreu com a crise no ano passado, a tendência é que as exportações do setor mantenham-se em elevação, mas em ritmo mais lento. Observamos que o cenário externo, ainda é de muita cautela com relação a novos investimentos", afirmou o presidente da Fiergs (Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul), Paulo Tigre, ao avaliar a balança comercial nessa quinta-feira.
Apesar de positivo, o resultado dos embarques ficou bem abaixo da média nacional (27,3%). Isso porque a comercialização de produtos industrializados no mercado internacional continua mais lenta em relação às vendas das commodities, em especial de petróleo e minério de ferro, cuja participação na pauta exportadora gaúcha é pequena. Dos 24 setores industriais, quatro ficaram negativos na comparação com julho de 2009. As desacelerações foram registradas em derivados de petróleo e biocombustíveis (-64%), celulose e papel (-21,4%), têxteis (-11,1%) e fumo (-5,7%).
China, Estados Unidos e Argentina receberam a maioria dos produtos do Estado no mês, nessa ordem de importância. Os chineses e norte-americanos elevaram as suas compras em 36% e 35%, respectivamente, enquanto os argentinos diminuíram 9%. Em quarto e quinto lugares ficaram a Bélgica, que não alterou o seu nível de pedidos, e a Holanda, com um aumento de 20%. Juntos, esses países responderam por 50% dos envios gaúchos ao exterior.
O Rio Grande do Sul manteve a terceira posição entre os estados exportadores ao responder por 9% dos embarques brasileiros em julho. O ranking foi liderado por São Paulo (26% de participação), seguido por Minas Gerais (16%). Já as importações de produtos industrializados, nessa base de comparação, subiram 27% e somaram US$ 1,21 bilhão, ou seja, 98,2% de tudo que o Estado comprou. As encomendas se concentraram em matérias-primas e bens intermediários para atender o nível de produção aquecido pelo mercado interno.
Acumulado do ano
Quando analisado os sete primeiros meses de 2010, ante o mesmo período do ano passado, as exportações industriais gaúchas apresentaram uma majoração de 9,5%, atingindo US$ 7,2 bilhões. Com esse resultado, as vendas externas totais do Estado somaram US$ 8,7 bilhões. As importações da indústria, que responderam por 96,6% do que o Rio Grande do Sul comprou, avançaram 53,2% e chegaram a US$ 7,1 bilhões.