Redação/ON
Desde o final do ano de 2008, o setor de avicultura está passando pelo que os produtores chamam de crise. Atrasos no pagamento dos lotes entregues tem sido a principal reclamação. Além disso, por diversas vezes foi definido um calendário para sanar as dívidas, mas que não foi cumprindo, somando-se aos novos lotes entregues.
Com isso, a realidade dos produtores de frango de Passo Fundo e região, especialmente os integrados da Doux Frangosul é de uma séria crise: falta dinheiro para manter as propriedades e, inclusive, nos últimos 20 dias está faltando ração para alimentar os animais, o que compromete a qualidade da criação.
Desde abril de 2009 a empresa tem montado calendários de pagamento dos atrasados, porém até então nenhum deles foi cumprido. O último deles deveria ter se encerrado em julho deste ano. A cada 30 dias, após a entrega do lote, deveria ser feito o pagamento, mas isso não está acontecendo, o que tem prejudicado as finanças dos produtores que possuem seu aviário dentro das normas, utilizando tecnologia que tem um alto custo de investimento.
Para a Associação Brasileira de Avicultura (Ubabef), trata-se de um reflexo ainda da crise internacional. Em nota à Redação de ON, a associação acredita que o atraso seja um problema raro e pontual. "Com relação à demora no pagamento de integrados, informamos que se trata de problemas raros e pontuais e que já vem sendo solvidos pela agroindústria em questão. No período durante e pós-crise internacional, algumas empresas enfrentaram problemas financeiros decorrentes de motivos variados, o que ainda está sendo superado. Não há, no entanto, qualquer ameaça com relação ao sistema de integração, que permanece forte e remunerando de maneira equilibrada a cadeia produtiva", informa a Ubabef em nota.
Sobre a situação dos atrasos,a Redação também entrou em contato com a Doux Frangosul, ainda na segunda-feira, dia 23 de agosto, mas a empresa ainda não se manifestou em resposta.
Mercado nacional
Dados da Apinco, divulgados pelo Avisite, que analisa o mercado, mostram que em maio de 2010 a produção brasileira de pintos de corte totalizou 501 milhões de cabeças, aumentando perto de 8,5% em relação ao mesmo mês do ano passado. Houve aumento, também, de 0,5%, em relação ao mês anterior. Neste caso, a variação positiva foi apenas nominal. Pois, considerando-se que maio é mês de 31 dias, a produção efetiva do período foi 2,5% menor.