Com apenas cinco meses de funcionamento, a primeira comercializadora de embalagens da Tetra Pak no país, instalada em Passo Fundo, entra em uma nova fase a partir desta semana. A empresa decidiu transformar a unidade em uma filial, mudança jurídica que possibilitará novas operações, como a venda de equipamentos aos laticínios. "Temos o interesse de comercializar nossas máquinas, que poderão ser internalizadas pelo porto de Rio Grande, tornando a operação mais competitiva", explicou o presidente da Tetra Pak, Paulo Nigro, que fez palestra em Porto Alegre nesta segunda-feira (13).
Atualmente, a unidade de Passo Fundo distribui 50 milhões de embalagens por mês, tendo capacidade para dobrar a oferta. A principal cliente da Tetra Pak é a Bom Gosto, mas a central ainda abastece Nestlé, Cosulati, Languiru, Mumu e Italac. A meta é comercializar 1,8 bilhão de unidades/ano, 35% do produzido pela companhia no país.
A promessa de oferta de maquinário agradou às indústrias. De acordo com o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, a medida melhora a logística e dá mais segurança aos laticínios quanto a conserto e troca de equipamentos em caso de falhas.
A central da Tetra Pak em Passo Fundo custou R$ 3 milhões e entrou em operação em abril. A demanda pela instalação surgiu dos laticínios como contrapartida ao governo por incentivo fiscal recebido. Com a unidade, a Tetra Pak deixou de pagar ICMS sobre embalagens que vinham do Paraná ou de São Paulo, passando a fazê-lo ao Rio Grande do Sul. O governo concedeu às indústrias crédito presumido para aquisição de leite de produtores gaúchos, sendo benefício de 5% para queijarias e de 4% para os laticínios que produzem outros derivados.