As famílias pagaram menos pelos empréstimos em setembro, enquanto as empresas tomaram recursos com juros levemente mais altos, segundo dados do Banco Central (BC), divulgados ontem. Na passagem de agosto para o mês passado, a taxa para as famílias (pessoas físicas) caiu 0,5 ponto percentual, para 39,4% ao ano. No caso das empresas (pessoas jurídicas), houve alta de 0,1 ponto percentual, para 29% ao ano.
A taxa média de juros do crédito pessoal, incluídas as operações consignadas em folha, recuou 0,4 ponto percentual, para 41,6% ao ano. Os juros para a compra de veículos caíram 0,1 ponto percentual, para 23,3% ao ano. Já a taxa cobrada pelo uso do cheque especial apresentou alta de 1,6 ponto percentual, para 167,2% ao ano. A inadimplência, como são considerados os atrasos superiores a 90 dias, caiu tanto para empresas quanto para pessoas físicas. Mas o recuo para as empresas foi menor – de 0,1 ponto percentual, para 3,5%, enquanto para as famílias foi de 0,2 ponto percentual, para 6%.
O spread – diferença entre o custo de captação do dinheiro pelo banco e a taxa cobrada dos clientes – subiu 0,1 ponto percentual para as empresas e ficou em 18,4 pontos percentuais. No caso das pessoas físicas, houve redução de 0,6 ponto percentual, para 28 pontos percentuais. O prazo médio de financiamento para as empresas caiu dois dias corridos, para 384. No caso das famílias, houve aumento de sete dias corridos, para 541.
Volume
O volume de crédito do sistema financeiro chegou a R$ 1,611 trilhão em setembro, com aumento de 1,8% em relação a agosto e de 14% no ano, segundo dados do Banco Central (BC). Em 12 meses encerrados em setembro, o crescimento é de 19,6%.
No mês passado, a relação entre o volume total de empréstimos e o Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, subiu para 46,7%, contra 46,2% de agosto deste ano e 43,9% de setembro de 2009.
Segundo relatório do BC, “as operações de crédito do sistema financeiro, em setembro, mantiveram consistente trajetória de expansão”. “A evolução dos empréstimos, em linha com os gastos referentes a investimento e consumo, segue impulsionada pela demanda intensa em modalidades específicas, como o crédito habitacional, os financiamentos do BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social], as operações para aquisição de veículos e o crédito consignado.”