Leonardo Andreoli/ON
A produção de uva é uma das atividades mais importantes em termos de fruticultura na região de Passo Fundo. Com aproximadamente 1,4 mil hectare plantado a estimativa é de que sejam colhidas 15 mil toneladas da fruta. Além da uva, a colheita de pêssego deverá ser boa na safra apesar da perda de 10% em função do frio registrado no início da primavera.
A produção de uva se concentra basicamente em duas áreas da região Norte e Noroeste do Estado - Sarandi, Barra Funda e Rondinha, Marau e municípios próximos. Essas duas microrregiões correspondem por 80% da produção de uva. De acordo com o engenheiro agrônomo da Emater Ivan Guarienti explica que praticamente toda a uva da região é utilizada na produção de vinhos coloniais e suco. “O suco tem ganhado bastante mercado por ser um produto de fácil armazenamento e por suas qualidades”, justifica.
O frio registrado na época de floração causou algumas perdas aos vitivinicultores. Guarienti explica que um levantamento realizado mostra que as perdas são muito variáveis. “Em lugares mais baixos, onde acumula frio, você tem um pouco mais de abortamento de flores, aonde é mais protegido você tem menos. Mesmo dentro das propriedades há uma grande variação de perdas”, aponta. Uma estimativa inicial é de que fique em torno de 10%. “É muito cedo pra gente ter uma avaliação de prejuízo porque recém passou a floração. Vamos ter uma visão mais clara quando a uva trocar de cor, perto da colheita”, acrescenta.
Pérola da terra
No período de brotação e floração pode aparecer uma praga de solo chamada pérola da terra. A praga, no entanto, já é considerada dentro das estimativas de produção e perda. “Trabalhamos muito nesse sentido de o agricultor fazer a própria muda, escolher um terreno mais adequado para implantar o pomar porque depois que esse tipo de praga entrar no pomar, não temos produtos eficientes para o seu controle”, esclarece.
Pêssego
Com área de produção menor, o pêssego deverá ter a mesma perda estimada para a uva na região – cerca de 10%. O frio registrado na época da floração e no início da primavera foram responsáveis pela queda dos frutos ainda jovens. “Nosso pêssego é sempre tardio e vai entrar em produção de dezembro e janeiro e é bastante procurado e de ótima qualidade”, pondera Guarienti. Na região, a cultura da fruta não é maior devido a dificuldade que os agricultores têm de adquirir câmaras frias para armazenar a produção e poderem vender fora da época normal da safra. “Toda produção está nas mãos de pequenos agricultores que não tem mais do que um hectare cada um. Ele é todo vendido na safra e baseado nessa dificuldade de refrigeração e armazenamento”, afirma. Na região são cultivados cerca de 180 hectares de pêssego com produção média de 1,2 e 1,3 toneladas.
Diversas
Também são cultivadas na região Norte diversas frutas entre elas os cítricos – um pouco mais distantes de Passo Fundo. Guarienti aponta que uma parte que será colhida no ano que vem está com frutos de quatro a cinco centímetros de diâmetro. “Ano que vem teremos uma bela produção de laranja porque a floração se deu numa época seca e não tivemos perdas”, acrescenta. Mais tarde inicia a safra de caqui, figo e limão. Além disso, está em fase inicial de plantio melancia e melão. A área de morango apresenta crescimento. Nesse ano deve passar dos 10 hectares cultivados na região.