Glenda Mendes/ON
Motivação para comprar, imbuído pela época natalina e também pelo dinheiro extra do 13º salário, é o que leva dezenas de consumidores a saldar dívidas para sair do registro do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). No ano passado, os meses de novembro e dezembro responderam por um crescimento de 33% nos cancelamentos em relação aos dois meses imediatamente anteriores, setembro e outubro. Para este ano, a expectativa é de um crescimento ainda maior em igual comparação.
"No ano passado, nos meses de novembro e dezembro, houve um aumento de 33% de reabilitações, pessoas que pagaram os débitos e retiraram o nome do SPC", afirma Sérgio Giacomini, diretor do órgão mantido pela Câmara de Dirigentes Lojistas. A expectativa para este ano, na comparação entre os mesmos períodos anteriores, é de que cresça 35%.
Segundo Giacomini, a expectativa otimista tem base, principalmente, no pagamento do 13º salário, que precisa ser feito pelas empresas nos próximos dias. "O 13º é um salário a mais, é dinheiro que entra. E o que a gente vê sempre nesta época do ano é que as pessoas buscam saldar as dívidas para poder voltar a comprar a prazo, sejam presentes ou algo que precisem para si. Este é o período em que as pessoas se motivam a comprar mais", destaca o diretor.
Como acontecem os registros
A partir do momento de vencimento da dívida, o não pagamento já configura o consumidor como inadimplente e então reserva o direito do lojista em fazer o registro no serviço. "O prazo desde o vencimento até o registro fica a critério de cada loja, mas normalmente, como média, os associados adotam 30 dias, ou algo em torno disso", afirma Giacomini. Porém, não existe uma norma que determine prazo mínimo entre o vencimento e a possibilidade de registro. "A partir do vencimento, se a pessoa não pagou, está inadimplente, então varia de acordo com cada associado, cada lojista a decisão do momento de fazer o registro", explica o diretor.
Normalmente, antes de fazer o registro no SPC, o consumidor recebe uma notificação. "Boa parte dos lojistas envia um aviso antes, dando um novo prazo para o devedor, aguardando que ele compareça na loja. Após esse prazo, não manifestado interesse por parte do consumidor, então o lojista toma a atitude de registrá-lo como inadimplente no SPC", ressalta.
Cuidado no início do ano
Se, por um lado, crescem os cancelamentos no final do ano, o consumidor precisa estar atento às dívidas que chegam com o início do ano, que podem gerar transtornos. Segundo o indicador Serasa Experian de Perspectiva da Inadimplência do Consumidor, os pagamentos relativos às compras de Natal, às despesas com as viagens de férias, aos impostos, como IPVA e IPTU, e à aquisição de material escolar podem gerar, no final do primeiro trimestre do próximo ano, novos registros de inadimplência. Por isso, é preciso se programar para essas dívidas.
