Redação ON
Foi realizado nesta quinta-feira o leilão de Prêmio para Escoamento de Produto (PEP) onde foram negociados 100% do trigo ofertado (250 mil toneladas) no Rio Grande do Sul. O prêmio de fechamento ficou em 71% do valor de abertura. Isso significa que a média dos prêmios recuou de R$ 85,00/t para R$ 62,28/t. No acumulado das duas primeiras operações, a outra realizada em 25 de novembro, o PEP contribuirá para o escoamento de 410 mil/t de trigo gaúcho. Além do RS, foram realizados PEP em Santa Catarina e Paraná.
Segundo o analista de Safras & Mercado, Élcio Bento, o mercado está vivendo hoje a expectativa e a realidade dos leilões de PEP, especialmente no Rio Grande do Sul, onde a demanda pelos leilões está boa. Foram realizados dois leilões no estado para o escoamento do trigo. “Como ambos tiveram uma disputa bem acirrada, o prêmio reduziu de forma significativa”, observa. Élcio analisa que isso certamente irá interferir no preço do trigo no estado nas próximas semanas. “Nesse momento de safra o preço de leilão deve ser referência”, garante. Entretanto, no período de entressafra, se o cenário internacional não alterar, Bento aponta tendência de preços acima do mínimo.
O mercado interno está se portando de forma diferente do ano passado, quando o preço no mercado internacional estava baixo e que não sofreu influência dos leilões de PEP. “Não conseguimos isso porque tínhamos uma situação de mercado muito para baixo. Esse ano é diferente já que temos quebra na safra Rússia e incerteza quanto a próxima safra de inverno no hemisfério norte. Isso tudo mantém os preços no mercado externo em alta”, explica. “Como esse ano a paridade de importação está acima do mercado doméstico a tendência é que com o PEP, o mercado convirja para um preço mínimo indicado”, complementa.
Diante dessa situação, o analista sugere que os produtores que conseguirem se enquadrar nos leilões de PEP, deve aproveitar o bom momento. “(O produtor) não deve deixar para depois, vendendo uma parte da produção através dos leilões. Ele deve escalonar sua venda para aproveitar o preço mínimo para comercializar a sua safra e garantir um preço que vai fechar em uma média interessante”, comenta. Elcio destaca que se a tonelada chegar a R$ 477, o produtor não deve pensar duas vezes. “Aqui no Rio Grande do Sul temos uma dificuldade maior de conseguir esse preço no mercado privado, especialmente diante da desvantagem que temos com relação ao trigo paranaense”, destaca o analista, salientando que o trigo paranaense chega a um preço melhor no grande mercado consumidor brasileiro, o centro-oeste.
Seminário do Agronegócio
Essas tendências para o mercado de trigo brasileiro e gaúcho serão abordadas por Élcio Bento, no dia 7 de dezembro, em Passo Fundo, durante o Seminário do Agronegócio – perspectivas e tendências para soja e trigo. O evento inicia as 8h e terá três palestras, sendo duas sobre o mercado de soja. Élcio abordará a composição da oferta e demanda e formação de preços do mercado mundial; a influência das bolsas norte-americanas, balizadoras do mercado mundial; os países vizinhos como principais fornecedores de trigo para o Brasil e o mercado interno no que se refere a produção, consumo, importação, comercialização e tendências de preços.
PEP deve auxiliar em preço mínimo para o trigo
· 2 min de leitura