Glenda Mendes/ON
Esta semana o IBGE divulgou os dados de uma pesquisa que mostra qual o hábito alimentar dos brasileiros. Dentre os resultados, aparece que o consumo de arroz e feijão diminuiu, dando lugar aos alimentos industrializados e congelados. De outro lado, o consumo do açúcar refinado também diminuiu. Mas entre os gaúchos a situação é um pouco diferente. Os sul-rio-grandenses foram apontados como os maiores consumidores de carne. Também é no Rio Grande do Sul onde mais se comem frutas dentre a população dos estados brasileiros.
A vida moderna e a mudança nos hábitos alimentares apresentaram, segundo a pesquisa, relação imediata com o tipo de alimento consumido. Prova disso, foi o crescimento do consumo de fast food, que são os conhecidos lanches, tais como os sanduíches.
Entretanto, nem todos os hábitos são bem vistos pelos nutricionistas. Para fazer uma avaliação de como está se alimentando a população gaúcha, ON conversou com a nutricionista Ana Maria Bueno. Confira.
O Nacional - A pesquisa do IBGE apontou que no RS o consumo de carne bovina é superior que nos demais estados do país. O consumo exagerado de carne é prejudicial? Qual a quantidade indicada?
Ana Maria Bueno - O consumo de carne vermelha não é muito recomendável. O ideal é consumir carnes brancas como, por exemplo, o peito de frango e o peixe grelhado. Entretanto, recomenda-se consumir carne vermelha em quantidades pequenas e de forma eventual: uma a duas porções de carne magra nas refeições. Aqueles portadores de doenças crônicas do coração devem se assessorar, sempre, com uma nutricionista e um médico. Porém, é importante saber que o consumo exagerado de carne vermelha é sim prejudicial.
ON - De outro lado, são os gaúchos que mais comem frutas. Quantas porções de fruta devem ser ingeridas por dia? Em quais horários?
AMB - De três a cinco porções de frutas devem ser ingeridas diariamente, de preferência variando o tipo de frutas nos intervalos das refeições principais. Deve-se priorizar a ingestão de banana, maçã, mamão, laranja, melancia, obedecendo-se na medida do possível o consumo variado de todas as frutas da época.
ON - Se não houver alternativa a não ser recorrer ao fast food na hora do almoço, existe alguma dica para fazer deste tipo de alimentação algo mais saudável?
AMB - Não havendo alternativa alimentar na hora do almoço, deve-se priorizar alimentos sem queijo, e ausente de produtos químicos (maionese, mostarda, catchup, por exemplo), tornando a refeição mais leve. No lugar desses produtos, pode-se colocar tomate fresco e salada verde. Esta é apenas uma alternativa e não a solução. É claro que não se deve ingerir bacon, batata frita, inclusive a batata palha. Acompanhar este lanche com sucos naturais.
Os dados
A aquisição média anual per capita, que representa quanto de um produto a família adquire em um ano, dividido pelo número de pessoas da família apresentado na pesquisa do IBGE apresentou os seguintes destaques:
* no país
- caiu 40,5% o consumo do arroz polido
- consumo do feijão teve queda de 26,4%
- açúcar refinado reduziu consumo em 48,3%
- aumento o consumo de refrigerantes de cola em 39,3%
- cerveja cresceu consumo em 23,2%
* no Rio Grande do Sul
- aquisição das carnes é de 35,7 kg, acima da média nacional de 25,4 kg
- consumo de hortaliças fica em 38,6 kg
- consumo de frutas é de 36,5 kg
- os alimentos preparados e misturas industriais representam 4,8 kg
(Fonte: IBGE)