O Tesouro Nacional contabilizou receita líquida de R$ 58,452 bilhões no mês de novembro, com redução de R$ 3,885 bilhões na comparação com outubro, enquanto a despesa total cresceu R$ 2,818 bilhões de um mês para o outro. O resultado explica, em grande parte, a queda do superávit primário, a economia para pagamento dos juros da dívida, que, em novembro, registrou R$ 1,1 bilhão ante R$ 7,8 bilhões no mês anterior.
Os números foram divulgados ontem pelo secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin. Ele explicou que a queda deve-se a um fator sazonal (que ocorre em determinados períodos). Isso porque a arrecadação trimestral é contabilizada no mês subsequente ao trimestre, terminado nos meses de março, junho, setembro e dezembro. Ele espera, no entanto, que o “bom desempenho da economia” neste mês possibilite os quase R$ 12 bilhões que faltam para o Governo Central (Tesouro, Previdência Social e Banco Central) atingir a meta de R$ 76,296 bilhões no ano.
Augustin disse que o Tesouro alcançou uma economia de R$ 5,7 bilhões, mas a Previdência e o Banco Central tiveram déficits de R$ 4,4 bilhões e de R$ 151,8 milhões, respectivamente, no mês passado. O secretário continua otimista, contudo, porque, no acumulado de janeiro a novembro, o superávit somou R$ 64,6 bilhões, equivalentes a 1,84% do Produto Interno Bruto (PIB) estimado para 2010. “Acreditamos no bom desempenho da economia em dezembro e estamos mirando a meta cheia”, afirmou.
O secretário do Tesouro ressaltou que uma das principais variações reais sobre o crescimento nominal do PIB – soma das riquezas e serviços produzidos no país – são as despesas com pessoal, que caíram 4,8% neste ano. Ele acredita que 2011 também será um ano de contenção de despesas com pessoal, de modo a contribuir para a tendência de queda permanente na relação dívida/PIB nos próximos anos.