O número de consumidores que pretendem ir às compras caiu de 76,2% no quatro trimestre de 2010 para 71,8% no primeiro trimestre de 2011. Com relação ao mesmo período de 2010, a queda é de 5,4 pontos percentuais, já que a intenção de compra, no ano passado, era de 77,2%. Os dados estão na Pesquisa Trimestral de Intenção de Compra no Varejo, feita pelo Programa de Administração do Varejo (Provar) em parceria com a Fundação Instituto de Administração (FIA) e a Felisoni Consultores Associados. De acordo com a Provar, as vendas no primeiro trimestre devem cair 19% em comparação com o último trimestre de 2010.
Segundo pesquisa feita com 500 moradores do município de São Paulo, lideram as intenções de compra eletroeletrônicos (12,4%); materiais de construção (10,2%); telefonia e celulares; e equipamentos de informática, ambas com 9,8% das intenções. Em seguida estão automóveis e motos, com 8%.
A intenção de compra de eletrodomésticos da linha branca, no primeiro trimestre de 2011, ficou igual à do semestre anterior (9,4%). Houve recuos na intenção de compra de móveis (-16,7%), eletroeletrônicos (-6,1%), informática (-21%), cine e foto (-32,4%0, telefonia e celulares (-5,8%) e eletroportáteis (-21,4%). Já a intenção de comprar materiais de construção cresceu 54,5%.
Embora a intenção de compra tenha caído, a intenção de gastos aumentou. Segundo o presidente do Provar, Claudio Felisoni, por causa do aumento da inflação, que provoca no consumidor a sensação de que os preços subiram de forma generalizada.
Com relação à linha branca, os consumidores esperam gastar 95,6% a mais do que no trimestre anterior, percentual próximo ao aumento de gastos com móveis (93,9%). Por outro lado, o consumidor espera gastar menos este trimestre com eletroeletrônicos (-14,5%), material de construção (-24,7%), informática (-7,6%), cine e foto (-13,1%), telefonia e celulares (-27,8%), cama, mesa e banho (-61,3%), eletroportáteis (-6,7%) e automóveis (-4,6%).
Com relação à compra de imóveis, praticamente dobrou om percentual de interessados: de 4,8% no quatro trimestre de 2010 para 8% nos primeiros três meses do ano. Entretanto, os possíveis compradores pretendem gastar menos. O valor caiu de R$ 124.167,67 no quarto trimestre para R$ 116.250,00 no primeiro trimestre de 2011. “Cresceu [a intenção], mas há queda de valor porque se nota a participação de pessoas de menor poder aquisitivo”, explicou Felisoni.
Claudio Felisoni ressaltou que a estimativa de queda para a intenção de compras se deve ao fato de o Natal não ter sido tão bom quanto os comerciantes esperavam, com vendas 15% mais altas que no ano anterior. “A segunda causa é que, certamente, já há impactos das ações implementadas pelo governo no sentido de reduzir a demanda de consumo, como a possibilidade de aumento da taxa de juros e redução dos prazos de pagamento”.
O presidente da Provar prevê que o consumo continuará alto ao longo de 2011, porque se espera que a massa real de salários continue a crescer e os prazos de pagamento permaneçam alongados.
Agência Brasil