Algumas agências de empregos e estágios de Passo Fundo registram queda na procura por emprego nessa época do ano. As empresas estão ofertando vagas, mas faltam pessoas para preenchê-las. A procura caiu entre 30% e 40% no mês de janeiro. As agências revelam que esse cenário é normal para o período. Estudantes que movimentam a cidade durante todo o ano e ocupam muitas vagas acabam saindo de férias ou se formando. A população também aproveita para descansar e viajar. O momento é bom para quem estiver interessado em entrar no mercado de trabalho. A concorrência reduz e as chances de conquistar uma vaga são maiores.
Na agência do Sine, a primeira semana do ano foi de movimento fraco. O coordenador Gilmar Brunetto revela que a procura diminui cerca de 30% no período de férias. O reaquecimento deverá acontecer a partir de fevereiro. Na primeira quinzena foram ofertadas 220 vagas e agora já são 250. Até o final do mês, é esperado uma oferta de 270 empregos. Atualmente, estão sendo atendidas cerca de 70 pessoas diariamente. Fora desse período, esse número passa de cem.
No CDL Empregos foi registrado um aumento de 20% no número de vagas comparado com janeiro de 2010. O diretor de comunicação da CDL, Sérgio Giacomini enfatizou que a dificuldade de contratação está na falta de procura, mas também na escassez de mão-de-obra qualificada. “As empresas estão buscando profissionais agora para atender a demanda quando a economia estiver aquecida nos próximos meses”, disse Giacomini.
Diminuição na procura por estágio
O CIEE oferece mais de 50 vagas para estágio a nível de ensino médio e superior. A procura maior é por estudantes de Direito, Administração, Pedagogia e Engenharia Civil. No ensino médio, há oportunidade para trabalhar na área administrativa, contábil, recursos humanos e atendimento. A coordenadora do CIEE, Jucelei de Oliveira disse que nessa época, a procura cai até 40%. De dez candidatos que são acionados, cinco aparecem na agência. “Entre janeiro e fevereiro ocorre uma renovação de estagiários que acabam se formando, por exemplo, ou viajam no período de férias escolares. As empresas precisam repor essas vagas. As ofertas continuam surgindo, mas os estudantes não procuram o CIEE”, explicou Jucelei. As chances de conseguir uma vaga agora são bem maiores. “Quem tem interesse de entrar para o mercado de trabalho o momento é esse. Diminui a concorrência e a colocação é mais rápida”, declarou a coordenadora do CIEE.
Crescimento de empregos em 2010
Passo Fundo fechou o ano de 2010 com um saldo positivo. O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), medido pelo Ministério do Trabalho registrou um saldo positivo no número de contratações. Foram criados 3.259 postos de trabalho, cerca de 900 empregos a mais que em 2009. O ano de 2010 teve 27.839 admissões e 24.580 demissões.
O Caged mede os setores de extrativa mineral, indústria de transformação, serviço industrial de utilidade pública, construção civil, comércio, serviços, administração pública e agropecuária. O único setor que não teve saldo positivo foi o de indústria de transformação com 86 demissões a mais que contratações. O setor que mais apresentou crescimento foi o comércio com saldo positivo de 1.692 contratações. O setor teve 11.197 admissões contra 9.505 demissões.
Demissões aumentaram em dezembro
O último mês do ano passado não foi nada positivo. Dos oito setores, cinco tiveram saldo negativo, ou seja, mais demissões do que contratações: indústria de transformação, serviço industrial de utilidade pública, construção civil, serviços e agropecuária. Foram 142 demissões a mais que contratações. O município registrou 1.832 admissões contra 1.974 demissões com um saldo negativo de -0,28.
O setor que mais apresentou índice negativo foi o da agropecuária com – 1.54, sendo 16 admissões e 29 demissões. O setor que mais surpreendeu foi o da construção civil que esteve em alta durante todo o ano, mas teve uma diminuição em dezembro. O índice negativo foi de – 1.52, com 41 contratações a menos que o número de demissões. Uma das únicas áreas que apresentou índice positivo foi o comércio com 92 novos empregos.
Segundo o coordenador do Sine, o momento político vivido no país contribuiu para o saldo negativo no mês de dezembro. “Houve troca de governo o que gerou instabilidade no empresariado que estava aguardando a posse da nova presidente e do anúncio das medidas. Mas, a partir de fevereiro deve acontecer uma melhora no mercado formal”, explicou Brunetto. Além disso, as demissões nos frigoríficos e em algumas empresas também ajudaram para o saldo negativo.