Os órgãos envolvidos com o novo sistema de desenvolvimento econômico do Rio Grande do Sul comemoraram os resultados obtidos na Expodireto em Não-Me-Toque. Nos cinco dias do evento de negócios, a Caixa RS garantiu a assinatura de R$ 141,8 milhões em pedidos de financiamento. Como em 2010 o volume de recursos contratados foi de R$ 45,3 milhões, o crescimento na atual edição foi de 213%.
Para o secretário de Desenvolvimento e Promoção do Investimento, Mauro Knijnik, a atuação da Caixa RS na 12ª edição da feira de agronegócio promovida pela Cotrijal esteve focada nos objetivos do novo modelo de desenvolvimento do atual Governo do Estado. "Queremos agregar valor ao agronegócio, espalhar o crescimento pelas regiões do Estado e buscar novos mercados para os nossos produtos", disse Knijnik. "Tudo isso acontece em Não-Me-Toque, em uma feira que impressiona os seus visitantes a cada ano". O secretário também destacou a presença de delegações e de empresários de outros países, o que contribui para a internacionalização da economia gaúcha.
Com o compromisso de fomentar o agronegócio, o estande da CaixaRS recebeu a visita de agricultores, pecuaristas e agroindústrias interessados sobretudo em financiamentos de tratores, colheitadeiras, plantadeiras e demais implementos agrícolas. O destaque foi o programa Finame Agrícola e PSI (Programa de Sustentação do Investimento), com ênfase nos setores de armazenagem, irrigação e mecanização agrícola.
Banrisul registra aumento de 52,86%
O Banrisul alcançou R$ 35,4 milhões no volume de recursos solicitados pelos produtores rurais na Expodireto. O valor representa um acréscimo de 52,86% em relação ao ano passado. No total, foram recebidas 519 propostas de financiamento, das quais 363 da agricultura familiar e 156 da agricultura empresarial. Os equipamentos mais procurados foram as plantadeiras, pulverizadores, tratores, ordenhadeiras e resfriadores. Para o diretor de Crédito do Banrisul, Guilherme Cassel, o incremento registrado neste ano deve-se a uma expectativa de colheita de uma ótima safra de verão, que possibilitou um aumento da produtividade. “Aliado a este crescimento, os preços de mercado praticados para os principais produtos agrícolas no momento e a nova política de crédito rural do Banrisul também foram decisivos para o aumento no volume de negócios. Só a agricultura familiar somou 56% do valor total das propostas do Banco”, destacou Cassel.
Sicred
O Sicredi registrou um aumento de 114,5% na Expodireto 2011 e protocolou um volume de R$ 139 milhões e 1729 pedidos de financiamento. A média por pedido foi de R$ 80 mil e a linhas mais procuradas foram PSI e Pronaf Mais Alimentos. “O crescimento do Sicredi, que participa da Expodireto Cotrijal desde sua primeira edição, tem acompanhado o desenvolvimento que vem acontecendo ano a ano na feira”, afirma Orlando Müller, presidente da Central Sicredi Sul. Ele ainda destaca o bom momento do agronegócio no País. “A safra deste ano teve papel decisivo no resultado da feira e dos protocolos feitos no Sicredi. O produtor rural está aproveitando o momento para agregar renda e modernizar sua propriedade”, afirma Müller.
Como tem acontecido nos últimos anos, os pedidos se concentraram nos últimos dias da feira. “Somente os dois últimos dias da feira somam R$ 84 milhões em protocolos. Vemos que nossos associados estão em busca de bons negócios e estamos aqui para auxiliá-los nessa decisão e indicar qual a melhor linha ou produto para sua necessidade”, conta o presidente. Em 2010, o Sicredi protocolou mil pedidos de financiamentos que totalizaram um volume de R$ 65 milhões superando o ano anterior em 30%.
Crescimento da classe C
O crescimento da classe C – formada por pessoas com renda familiar entre R$ 1.500 e R$ 2.000 -, no país despertou a atenção de instituições financeiras, que estão criando fundos com taxas de administração mais baixas para atrair a média renda. Isso porque, mesmo para quem tem pouco para aplicar, há outras opções além da poupança ou do Crédito Direto Bancário (CDB). Além de adquirir TVs de LCD e imóveis, a classe C também deseja investir no mercado financeiro, que está se movimentando para lançar produtos que exijam baixo aporte inicial e tenham baixas taxas de administração. O Santander, por exemplo, lançou o Recompensa Especial, um fundo de renda fixa voltado para a classe média, para investimentos a partir de R$ 1.000. Normalmente, fundos desse tipo exigem um aporte inicial de R$ 5.000. A estratégia do Santander para atrair a classe média foi reduzir a taxa de administração do fundo para 1,6% ao ano.