Redação/ON
As produtividades históricas aliadas aos bons preços da soja e do milho são fatores que animam os produtores. A colheita da soja na região está em 35%. Nas próximas semanas ela atingirá o pico. A produtividade das lavouras colhidas é surpreendente. A média é superior a 50 sacas por hectare e oscila entre 3 mil e 3,5 mil quilos.
Nos 71 municípios atendidos pela Emater Regional de Passo Fundo, foram plantados 816 mil hectares de soja. A colheita deverá ser de 2,4 milhões de toneladas, o que representa 23% da safra gaúcha. Conforme o engenheiro agrônomo da Emater, Cláudio Dóro, a partir de agora a colheita não deve mais parar.
As chuvas previstas para este final de semana deverão contribuir ainda com o peso dos grãos. Ela também garantirá uma maturação uniforme e a padronização do peso das sementes. “Há um ano a soja estava sendo vendida a R$ 34, hoje vale R$ 45. A alta produtividade e bom preço representam lucratividade ao produtor”, observa Dóro.
Milho
Com o milho o otimismo não é diferente. Com a área plantada praticamente retirada do campo a produtividade também é recorde. Faltam apenas serem colhidas algumas lavouras em municípios entre Passo Fundo e Casca que plantaram mais tarde, o que deve ser concluído na próxima semana. “A produtividade é muito boa, 130 sacos por hectare. No ano passado a média foi de 100 sacos. A qualidade também é destaque”, salienta o agrônomo.
O clima favorável e a tecnologia aplicada na lavoura são responsáveis pelo sucesso na produtividade. Alguns produtores chegam a colher 230 sacas por hectare. “Não tem na história do milho uma produtividade tão boa”, considera. Os preços do grão também estão bons. No ano passado o saco estava sendo comercializado a R$ 15. Nesta safra o preço é de R$ 24. Na região foram plantados 192 mil hectares do grão. A colheita deverá chegar a 1,2 milhão de toneladas.
Grãos no Estado
A colheita das quatro grandes culturas de verão está em estágio avançado e apresenta bons rendimentos no Rio Grande do Sul, segundo levantamento divulgado pela Emater/RS-Ascar. No caso do arroz, 40% das lavouras já foram colhidas – nos últimos cinco anos a média neste mesmo período era de 29%. A cultura do milho apresenta 51% de área colhida, a soja 24% e começou, na última semana, a colheita da segunda safra do feijão nos cerca de 35 mil hectares plantados.
No caso do arroz, o avanço rápido da colheita pode ser atribuído ao clima, já que a ausência de chuvas faz com que a retirada do produto das lavouras ocorra sem grandes empecilhos. A produtividade obtida também apresenta níveis elevados, dando indícios de que o rendimento médio deverá ficar acima da previsão de 7 mil quilos por hectare. Apesar da boa colheita, o cenário para o produtor segue desfavorável em relação à comercialização. Na última semana a saca de 50 kg foi vendida em média por R$ 21,09.
Hortigranjeiros
As condições meteorológicas estão favoráveis aos cultivos de hortigranjeiros em quase todo o território gaúcho. A boa insolação e as temperaturas elevadas durante o dia possibilitam o bom desenvolvimento das culturas, à exceção dos locais onde a estiagem se faz mais forte. O abastecimento nas feiras e mercados é normal, com oferta e demanda estabilizadas. No geral, os preços da maioria dos produtos também se mantiveram estáveis.
Estiagem
Em relação às criações, o quadro de estiagem segue inalterado na Metade Sul, o que está afetando seriamente o desempenho da bovinocultura de corte nos municípios de Bagé, Hulha Negra, Candiota, Dom Pedrito e Aceguá, localizados na Zona da Campanha, e de Jaguarão e Pinheiro Machado, na Zona Sul. A oferta de animais aptos para o abate nestas regiões continua abaixo do normal.