Redação/ON
O Brasil vive uma contradição quando o assunto é a exportação de produtos agrícolas. Por um lado os produtores são altamente qualificados. Por outro, condições internas e externas criam dificuldades para os produtos nacionais. O Diretor do Departamento de Promoção Internacional do Agronegócio (DPI) do Mapa, Marcelo Junqueira Ferraz, palestrou sobre o tema durante o 40° AgroEx.
Ele explicou que o país tem graves problemas, alguns de muito tempo e outros sazonais. “A logística e o transporte no Brasil tem se agravado como fator limitante às nossas exportações. Temos carência de estradas, de portos, temos carência em alguns aspectos de alfândega”, pontuou. Essa série de fatores é chamada de Custo Brasil que onera os produtos. “Eles são muito competitivos da porteira pra dentro e vão perdendo competitividade a partir do momento em que saem da fazenda”, observou.
O Brasil é um dos poucos países que possuem áreas a serem incorporadas à produção de alimentos. “O Rio Grande do Sul está consolidado na sua agricultura. Hoje vemos com grande potencial de expansão o que se chama de Matopiba que incluem áreas no Mato Grosso, Tocantins, Piauí e Bahia, como novas fronteiras agrícolas”, pontuou. O Brasil, nas últimas décadas, teve crescimento de produtividade em função das boas práticas agrícolas que não exigiu aumento elevado de áreas agricultáveis. “Temos uma linha ascendente em termos de volume da safra de grãos e uma linha mantida ao longo do tempo do uso da terra em hectares”, reiterou.
Imagem do Brasil
A imagem distorcida da agropecuária brasileira também dificulta algumas negociações. Ferraz acrescentou que muitas vezes o setor é visto como destruidor de florestas e utiliza trabalho escravo o que não é verdade. Existe ainda a necessidade de se criar uma cultura de que exportar é bom e necessário.