O governo deve atender aos anseios de empresários e sindicalistas e reduzir a carga de impostos que incide sobre o setor industrial, segundo o vice-presidente da República, Michel Temer. “Tenho certeza de que essa questão da redução, para permitir cada vez mais a industrialização, será levada adiante pelo governo”, disse na sexta-feira após participar de um seminário promovido pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) em parceria com a Força Sindical e a Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Temer descartou, no entanto, a possibilidade de coibir as importações como forma de proteger as empresas brasileiras. “Haverá medidas, não para barrar importações, mas prestigiar de tal maneira a indústria nacional que possa consequentemente reduzir as importações”. Ele se comprometeu a levar à presidenta Dilma Rousseff um documento com as demandas de sindicalistas e empresários.
Para o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, o seminário mostrou que há cooperação entre empregados e patrões em torno de interesses comuns. “Nós, aqui, largamos interesses menores, divergências pequenas e vamos atrás das convergências grandes”, destacou. Skaf aproveitou a ocasião para reafirmar a posição dele contra os altos juros e o câmbio valorizado. “Não podemos viver com um real sobrevalorizado roubando artificialmente a competitividade dos setores produtivos brasileiros”, criticou.
O presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), disse que uma das medidas que poderiam ser adotadas imediatamente em benefício da indústria e, por consequência, da geração de empregos, é a desoneração da folha de pagamento. “Criando uma nova contribuição para a Previdência”, acrescentou. Ele também atacou os estados que baixam impostos, facilitando a entrada de produtos importados. “Essa questão da importação desenfreada em 18 estados brasileiros, precisa ser parada imediatamente, porque cria emprego fora do Brasil”.