Indústria tem novo desempenho negativo no RS

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A instabilidade que marca a atividade industrial gaúcha nos últimos 12 meses foi mais uma vez registrada. O setor fechou abril negativo em 0,6% diante de março, sem os efeitos sazonais, e interrompeu os dois crescimentos mensais anteriores. “Apenas o mercado interno mais aquecido não tem sido suficiente para garantir uma estabilidade positiva aos negócios. Outros fatores criam dificuldades, como a valorização do câmbio e os elevados juros”, alertou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Paulo Tigre, nesta terça-feira (7), ao divulgar o Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS).

Com exceção das Horas Trabalhadas na Produção, que permaneceu praticamente inalterada (0,1%), as demais variáveis tiveram retrações: Faturamento (-2,7%), Compras Totais (-2,1%), Massa Salarial (-1,8%), Emprego  (-0,3%) e Utilização da Capacidade Instalada (-0,2%). Os setores mais intensivos em mão de obra somaram fortes desaquecimentos: Couro e Calçados (-11,3%) e Máquinas e Equipamentos (-9,7%). Entre o sobe e desce do desempenho industrial nos últimos 14 meses, o resultado líquido ficou positivo em apenas 0,24%.

Quando abril é relacionado com o mesmo mês de 2010, o IDI-RS apresenta uma queda de 1%. Nessa base de comparação interanual, é a primeira perda em 17 meses. O cenário de desaceleração foi verificado em dez dos 17 setores pesquisados e os que mais influenciaram no resultado geral foram Produtos de Fumo (-16,4%), Máquinas e Equipamentos (-6,3%) e Produtos Químicos (-2,2%). Já os maiores incrementos vieram de Material Eletrônico e de Comunicação (21,6%), Veículos Automotores (13,3%) e Alimentos e Bebidas (3%). O Índice de Desempenho Industrial é divulgado pela FIERGS mensalmente, baseado nos indicadores Faturamento, Horas Trabalhadas na Produção, Emprego, Massa Salarial, Compras e Utilização da Capacidade Instalada.

Crescimento nacional
No Brasil, o faturamento industrial voltou a crescer em abril. De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o faturamento cresceu 4,3% na comparação com o mês anterior. Em março ante fevereiro, o faturamento real havia caído 5,2%. O crescimento real dessazonalizado em abril (que desconsidera influências típicas do período) foi de 4,9%, quando comparado com o mesmo mês de 2010. Na média dos quatro primeiros meses do ano, o faturamento cresceu 6,5% quando comparado ao mesmo período de 2010.

O gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, considera que o ritmo de expansão da economia brasileira está em acomodação. “A indústria é o setor que bem caracteriza essa acomodação do crescimento”, afirmou. Segundo ele, o menor ritmo de crescimento é resultado dos aumentos da taxa básica de juros, a Selic, e da queda do dólar ante o real, que “prejudica as exportações e leva ao aumento da penetração das importações no mercado brasileiro”.

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