A taxa de juros média para os empréstimos pessoais ficou em 5,6% ao mês em junho, praticamente estável em relação a maio. Enquanto os juros cobrados no cheque especial (um dos tipos de financiamento mais caros ao consumidor) subiram 0,06 ponto percentual, a taxa média mensal ficou em 9,53%, segundo levantamento do Procon de São Paulo, divulgado nesta quinta-feira.
Apenas dois dos sete bancos pesquisados aumentaram o custo do cheque especial. Nenhuma das instituições alterou os valores para o empréstimo pessoal. A pesquisa apurou as taxas cobrados pelos bancos do Brasil, Bradesco, Caixa, HSBC, Itaú, Safra e Santander. Para o Procon, a estabilidade das taxas se deve a cautela dos bancos em relação à política monetária do governo. “O Banco Central está preocupado em não frear demais o ritmo de crescimento econômico. Talvez, por essa razão, os bancos estejam mais cautelosos em relação às taxas”.
Na avaliação do órgão, entretanto, os juros ainda estão muito altos e, por isso, o consumidor deve sempre buscar as melhores formas de financiamento. “A conjuntura continua desfavorável para os tomadores de empréstimo e o consumidor deve ficar atento, procurando analisar as alternativas de crédito, de modo a amenizar o impacto no seu orçamento”.
Juros da Caixa
As taxas de juros cobradas nos empréstimos feitos pela Caixa não devem subir imediatamente mesmo com o aumento da Selic, anunciado pelo Banco Central (BC). Segundo o presidente da Caixa, Jorge Hereda, os juros bancários não precisam subir na mesma hora nem na mesma proporção do aumento da Selic. “Inicialmente, não queremos subir juros. Vamos observar para ver se podemos manter ou aumentar um pouco”, disse. De acordo com Hereda, a Caixa é uma instituição pública e procura manter as menores taxas de juros possíveis, de forma responsável.
Segundo estudo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a elevação da taxa básica de 12% para 12,25% ao ano “terá um efeito muito pequeno” nas operações de crédito do sistema financeiro. Os juros de empréstimo pessoal dos bancos, por exemplo, devem subir, em média, de 74,52% para 74,92% ao ano. No caso do impacto do aumento da Selic no financiamento da compra de veículos, a Anefac indica uma alta de 33,23% para 33,55% ao ano. De acordo com a Anefac, “existe um deslocamento muito grande entre a taxa Selic e as taxas cobradas ao consumidor que na média da pessoa física atingem 121,96% ao ano provocando uma variação de mais de 900% entre as duas pontas”.