A Caixa Econômica Federal não pretende comprar mais nenhum banco, como fez com o PanAmericano, informou o presidente da instituição pública, Jorge Hereda, em entrevista à Agência Brasil.
“Normalmente se compra outro banco porque essa outra instituição tem algum expertise [conhecimento em determinada área do mercado] ou porque precisa de capilaridade [presença do banco nas diversas localidades do país] maior. Nós optamos, desde sempre, por aumentar nossa capilaridade por meio de correspondentes bancários, das lotéricas e das agências”, afirmou Hereda.
De acordo com ele, o objetivo da compra do PanAmericano foi investir no mercado de financiamento de carros. “O PanAmericano tem expertise com a venda de veículos. Esse vai ser um ganho importante para a Caixa. Isso foi uma das coisas que moveram a diretoria da Caixa a optar pela compra do PanAmericano.”
Em 2009, a Caixa decidiu comprar participação no PanAmericano, que pertencia ao Grupo Silvio Santos, e desembolsou R$ 739,2 milhões. Entretanto, no ano passado, foram descobertas inconsistências contábeis que levaram o grupo a receber aporte do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Neste ano, o grupo vendeu a participação no banco ao BTG Pactual por R$ 450 milhões. A Caixa permaneceu como sócia do PanAmericano.
Segundo Hereda, um plano de negócios para o PanAmericano está em estudo e, quando for implementado, trará “resultados significativos em médio prazo”.
Ele reforçou que a Caixa irá comprar até o limite de R$ 8 bilhões em carteira de crédito do PanAmericano. “Estamos trabalhando para começar a comprar. Claro, não vamos comprar R$ 8 bilhões de uma vez, mas na medida em que o negócios [financiamentos] forem feitos dentro dos critérios que a Caixa determina”, disse.
De acordo com Hereda, além da compra de carteira de crédito do PanAmericano e de outros bancos, a Caixa tem estudos de parcerias com empresas nas áreas de logística e tecnologia.