O vice-presidente de Relações Institucionais da Brasil Foods (BRF), Wilson Newton de Mello Neto, disse nesta terça-feira (12), durante audiência pública na Câmara dos Deputados, que a fusão entre Sadia e Perdigão, que deu origem à empresa, não vai gerar demissões.
“As fusões, de uma maneira geral, geram demissão, porque é da natureza da fusão a sinergia. Na nossa indústria, por uma peculiaridade dela, que é de mão de obra intensiva e que busca incorporar novas tecnologias, isso não aconteceu e não vai acontecer”, disse Neto, em resposta a questionamentos de deputados na Comissão de Defesa do Consumidor.
De acordo com ele, a BRF tem hoje 120 mil empregos diretos e, em janeiro de 2011, dispunha de seis mil vagas de trabalho em aberto, que até agora não foram totalmente preenchidas. Neto afirmou que as cidades que contam com fábricas da empresa “vivem realidade de pleno emprego” e que a necessidade de mão-de-obra do grupo é tão grande que chegaram a construir três mil casas para contratados vindos de outros estados.
“Nós vamos gerar mais e cada vez mais emprego no Brasil. Posso garantir a essa comissão que a fusão não traz implicitamente nem explicitamente preocupação com emprego”, disse Neto.
A audiência acontece na véspera do julgamento final da fusão entre Sadia e Perdigão pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), nesta quarta-feira. Em seu relatório sobre o caso, apresentado no início de junho, o conselheiro do Cade Carlos Ragazzo defendeu o veto ao negócio, alegando que a união das empresas vai resultar em aumento de preços de alimentos e inflação.
A BRF ainda negocia com o órgão antitruste um acordo que evite o veto à fusão – quatro conselheiros ainda precisam dar seus votos. Caso o acordo não seja possível, a empresa deve entrar na Justiça para garantir a continuidade do negócio.
Fonte: G1